Pesquisa mostra efeito da folha da azeitona preta no combate à obesidade

Pesquisa mostra efeito da folha da azeitona preta no combate à obesidade
abril 30 13:29 2014

1Entre os principais vilões da vida saudável, apontados pelos médicos, estão a obesidade e alterações sanguíneas prejudiciais, como colesterol e triglicerídeo elevados.

O estudo de plantas utilizadas como medicinais tem sido uma alternativa apontada para a redução de fatores de risco para doenças cardiovasculares.

Nessa linha, um projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA e coordenado pela professora doutora Marilene Oliveira Borges (UFMA), analisa a eficácia de plantas presentes na flora maranhense, a exemplo da azeitona doce; do “noni” e do “capim-limão” para o tratamento de doenças.

Uma vertente desse projeto foi seguida pelo farmacêutico Lucas Martins França, durante mestrado em Ciências da Saúde (UFMA).

A dissertação mostrou resultados inéditos do extrato hidroalcoólico das folhas de Syzygium cumini, planta também conhecida como “azeitona preta”, “jambolão” ou “jamelão”, com ampla distribuição pelo Brasil e muito comum no litoral do Maranhão.

A importância da planta foi reconhecida pelo Ministério da Saúde, em 2009, ao ser incluída na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS).

“O estudo surgiu em função da grande utilização dessa espécie pela população no tratamento do diabetes, colesterol alto, diarreia, entre outros males”, revelou Lucas França.

Estudos com outras partes da espécie, como a semente, já tiveram sua eficácia pré-clínica comprovada na diminuição do açúcar no sangue e como antiinflamatório, mas não havia relatos dos efeitos das folhas na redução dos níveis de gordura sanguínea e tecidual.

Essa ação foi demonstrada pelo tratamento com o extrato das folhas do “jambolão”, em modelos experimentais de obesidade e hiperlipidemia (elevação da gordura no sangue) em ratos.

Os resultados do estudo indicam que a planta apresenta efeito sobre o ganho de peso e nas alterações das gorduras sanguíneas, revelando que as folhas dessa espécie promoveram reações benéficas nos organismos de animais obesos, podendo, futuramente, ser utilizada como matéria prima para medicamentos contra essas doenças.

“Ainda são necessários estudos posteriores para confirmar esses efeitos em outros modelos de obesidade, além de análises mais aprofundadas sobre suas possíveis reações adversas, uma vez que, mesmo sendo natural, não há nenhum remédio isento de toxicidade”, destaca o pesquisador.