Pesquisa procura mapear a diversidade de espécies de frutas no Maranhão

Pesquisa procura mapear a diversidade de espécies de frutas no Maranhão
setembro 03 17:28 2013

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As frutas atraem pelo cheiro, cor, tamanho e principalmente pelo sabor. O Brasil, muito rico em espécies, é o terceiro maior produtor mundial de frutas com 42 milhões de toneladas produzidas de um total de 340 milhões de toneladas colhidas em todo o mundo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

No Maranhão a professora Maria da Cruz Chaves Lima Moura, doutora em Agronomia, da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, desenvolve a pesquisa “Diversidade genética e mapeamento ecogeográfico das fruteiras abacate, bacaba, caju no Maranhão”.

A pesquisa, que conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, através do Edital Universal, será finalizada em dezembro de 2014, e tem como objetivo mapear as rotas de maior ocorrência natural das fruteiras abacate, bacaba, caju e manga por meio da classe de solo e atitude e estimar a diversidade genética para fins de seleção de plantas mãe para formação de pomares de matizes selecionadas no Maranhão. “Estou muito otimista com os resultados parciais desta pesquisa”, falou a professora Maria Moura.

O despertar para pesquisa se deu no que foi observado nos últimos vinte anos no Maranhão. A população cresceu cerca de 23,5%, porém a área plantada e produtividade das frutas não evoluíram. Houve redução ou estagnação. Somando a isso, segundo a pesquisadora, no triênio 2008 a 2011, o Maranhão importou, principalmente do Pará e da Bahia, em média, um montante de 30 mil toneladas de treze produtos hortícolas. A professora chama atenção, que, no entanto, foi possível observar uma diversidade de frutas autóctone (caju e bacaba) ou exóticas (abacate e manga) que fazem parte da paisagem dos Biomas Maranhenses, no qual foram introduzidas há décadas, e que aqui encontraram condições favoráveis de clima e solo para o desenvolvimento, se estabeleceram e, ainda melhor, se diversificaram em várias formas, cor, tamanho do fruto e uso.

Notou-se ainda uma carência de informações sobre o comportamento dessas fruteiras no estado e foram encontrados plantas vegetando muito bem, sendo a maioria desse material originário de pés-francos, ou seja, que não reproduzem as características das cultivadas. E a professora justifica, então, que a formação de jardins clonais dessas fruteiras trarão benefícios como a obtenção de materiais mais produtivos, permitindo a multiplicação em escala de mudas de qualidade, a seleção de variedades com características agronômicas desejáveis e resistência aos patógenos, além da conservação dessas espécies, in vivo, evitando assim a erosão genética.

A professora justifica a pesquisa ainda, que considerando que as alterações ocorridas em nível de sistemas agrícolas podem ser medidas pela relação produtividade/ biomassa/ tempo que tende a ser mínima em quaisquer sistemas naturais e maximizados em sistema de cultivo.

Para pesquisadora, o que se busca é uma interpelação entre as informações de natureza geográficas com as informações de natureza ecológica da região para um estudo das alterações genéticas verificadas com as espécies de interesse. Para um programa de melhoramento e estabelecimento de sistemas de produção, deve-se estimar a diversidade genética e mapear as áreas ecogeográficas, nos centros de ocorrência natural dessas espécies no Maranhão. “Iniciamos a confecção do mapa da rota biodiversidade das frutas nativas bacaba, que está em via de extinção e do caju. Quanto à manga tem uma diversidade muito grande no Maranhão, pois já coletamos vinte tipos diferentes da frutas”, explicou.

Maria Moura reconhece o compromisso da Fundação no fomento de pesquisas e agradece. “São louváveis e imprescindíveis as políticas de fomento da Fapema. Esperamos que mais psquisas sejam contempladas pelos editais, pois precisam e suporte financeiro às pesquisas relacionadas à biodiversidade e frutas nativas para valorização, conhecimento dos nossos recursos genéticos”, declarou.