Pesquisadores da UEMA realizam maior investigação sobre produção pesqueira de tubarões já desenvolvida no Brasil

O estudo foi financiado pela Fapema, a Funpea, o CNPq e a Fundação Boticário.

Pesquisadores da UEMA realizam maior investigação sobre produção pesqueira de tubarões já desenvolvida no Brasil
maio 14 11:45 2019

Os tubarões estão entre as espécies mais ameaçadas em várias regiões do mundo. Na costa norte brasileira há uma grande diversidade desses animais, porém, sua abundância vem diminuindo ao longo dos anos. O registro e monitoramento da pesca dessas espécies é difícil, pois ainda em alto mar os animais são descaracterizados pelos pescadores (retirada da cabeça e barbatanas) impedindo sua identificação visual no desembarque.

Investigando este cenário, durante três anos, os pesquisadores Ligia Tchaicka e Luis Fernando Carvalho Costa, integrantes do Programa de Pós-Graduação em Recursos Aquáticos e Pesca da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), juntamente com professores de outras instituições como Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Os pesquisadores coletaram amostras de tubarões desembarcados em portos maranhenses e paraenses e submeteram essas amostras às técnicas de identificação molecular que utilizam o DNA dos animais. Esse foi o maior trabalho investigando a produção pesqueira de tubarões através de biologia molecular (genética) já realizado no Brasil. Dessa forma, puderam registrar as espécies que são pescadas na região e demonstrar a ocorrência de pesca predatória, bem como a presença de espécies ameaçadas no Brasil e no mundo, incluindo algumas com lei para proteção.

Com a pesquisa, foi desenvolvido o artigo “DNA-based identification reveals illegal trade of threatened shark species in a global elasmobranch conservation hotspot”, de autoria de Leonardo Manir Feitosa, Ana Paula Barbosa Martins, Tommaso Giarrizzo, Wagner Macedo, Iann Leonardo Monteiro, Romário Gemaque, Jorge Luiz Silva Nunes, Fernanda Gomes, Horácio Schneider, Iracilda Sampaio, Rosália Souza, João Bráullio Sales, Luís Fernando Rodrigues-Filho, Lígia Tchaicka e Luís Fernando Carvalho Costa.

Publicado na renomada Revista Scientific Reports, o trabalho está entre os mais acessados no último ano. O estudo já teve cerca de 2.000 acessos, sendo o 24º mais acessado entre os 446 publicados na área de ecologia nos últimos 12 meses. A Scientific Reports é um importante jornal científico de acesso aberto online, publicado pela Nature Research, cobrindo todas as áreas das ciências naturais.

O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias (Funpea), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação Boticário de Proteção à Natureza.

 

Fonte: Agência de Notícias do Governo do Maranhão