Pesquisadores e empresários negociam estudos sobre o babaçu

Pesquisadores e empresários negociam estudos sobre o babaçu
julho 13 22:08 2010

Rodada-do-BabauA Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) realizou, nesta terça-feira (13), a segunda Rodada de Negócios do Babaçu, reunindo empresários do ramo, que encontram dificuldades para incrementar seus produtos, e pesquisadores, que detêm competências para apresentar soluções com aplicação no mercado.

O encontro é uma demonstração concreta da interação entre academia e empresas, já tão difundida como estratégica para a geração de inovações e de riquezas ao país.  O babaçu foi escolhido como foco por sua fartura no Maranhão. Segundo estimativas, 80% dos pés da palmeira, no Brasil, estão em terras maranhenses.

“Está na hora de o Estado assumir essa vocação, gerando conhecimentos sobre o babaçu, para dar respostas à sociedade, por meio das nossas empresas”, afirmou a pesquisadora da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Maria Nilce Ribeiro.  

Há três anos, quando a empresa Florestas Brasileiras foi instalada no Maranhão, seus negócios eram voltados à oferta de carvão de babaçu para a siderurgia. Em pouco tempo, os empresários observaram que a exploração desse recurso natural, da maneira como era feita, não seria sustentável.

“Estamos buscando uma forma de aproveitar o babaçu integralmente, mas de maneira respeitosa, com o meio ambiente e com as pessoas que com ele trabalham”, disse o presidente da empresa, Alcides Brum, ao apresentar as necessidades do empreendimento aos pesquisadores.

O representante da Babaçu e Derivados, Marcos Nahuz, pensou em buscar ajuda de estudiosos quando esbarrou na dificuldade de agregar mais valor aos produtos da empresa; outro problema surgiu ao procurar canais de diálogo com o meio científico. “Por tudo isso, não poderia desperdiçar a oportunidade de participar desta rodada”, destacou Nahuz, que apostará nessa integração como caminho para alcançar o mercado internacional.

A diretora-presidente da FAPEMA, Rosane Nassar Meireles Guerra, que também pesquisa o babaçu, intermediou a Rodada de Negócios. “A parceria com a academia retira do empresário o ônus de montar e manter laboratórios. Assim, o empresariado pode aproveitar as competências já desenvolvidas nas universidades, definindo prioridades ou linhas prioritárias”, enfatizou Rosane Guerra, que acredita nessas discussões como início de um projeto mais ousado: a formação do Instituto de Pesquisa do Babaçu do Maranhão.    

Para viabilizar esse tipo de ação, a FAPEMA possui dois editais específicos: o Programa de Apoio a Pesquisas nas Empresas, o PAPPE – Subvenção econômica, que terá sua segunda rodada editada em agosto, e o RHAE – Pesquisador na Empresa, que está com inscrições abertas até o dia 10 de setembro.