Startup apoiada pela Fapema desenvolve o Bombom do Maranhão com castanha nativa do Estado
Um chocolate sustentável e inovador, que valoriza produto maranhense pouco explorado. Essa é a proposta do Bombom do Maranhão, criado pela startup MaraNuts, que tem à frente a engenheira de alimentos e professora da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Daniela Souza Ferreira. O bombom está transformando o desenvolvimento regional ao combinar a inovação com sustentabilidade, no uso da castanha cientificamente conhecida como ‘Pachira aquatica’, nativa do estado.
O novo produto se destaca no mercado como substituto do chocolate, com o diferencial de ter em sua composição apenas ingredientes vegetais naturais e sem açúcar, glúten ou lactose, sendo ideal para consumidores com restrições alimentares.
O projeto é impulsionado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) por meio do edital Centelha II, fruto de parceria do Governo do Estado com o Governo Federal, via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
“Este produto não só é uma alternativa ao chocolate convencional, mas também se diferencia por sua composição saudável e sustentável. A semente da castanha possui compostos antioxidantes e um elevado teor de gordura (54%), similar à manteiga de cacau, que permite ao bombom manter-se sólido em temperatura ambiente e derreter de forma prazerosa na boca”, conta Daniela Ferreira.
“Ao contrário de produtos como a alfarroba, que implica custos de importação, o Bombom do Maranhão oferece um valor agregado único por ser feito com ingredientes típicos da Amazônia e Cerrado Maranhense”, completa.
Disponível em diversas formas, como barras de 100g, bombons de 15g, drageados de 100g e cremes de 150g, o Bombom do Maranhão combina saúde, sabor e praticidade, tornando-se uma opção versátil para diferentes momentos de consumo, desde um snack saudável até uma sobremesa.
O item já foi exposto em feiras de negócios, sendo muito apreciado pelos primeiros clientes, principalmente, consumidores com intolerâncias e restrições alimentares, como veganos, vegetarianos, diabéticos e celíacos (intolerantes ao glúten).
A empreendedora conta que o impacto do apoio da Fapema foi essencial para execução do produto, desde a aquisição de insumos e equipamentos, até a formação de profissionais que atuaram ao longo do processo de pesquisa.
“A Fapema tem o firme compromisso com a pesquisa, a inovação e com o êxito das ideias e projetos dos nossos pesquisadores. Essa iniciativa, do bombom à base da castanha típica do estado, tem grande potencial para transformar a economia local e gerar um impacto positivo na vida das pessoas envolvidas. Este é o direcionamento do governador Carlos Brandão, que sejam apoiados projetos com foco no desenvolvimento do estado e na melhoria da qualidade de vida dos maranhenses”, pontuou o presidente da Fundação, Nordman Wall.
“A Fapema tem orgulho de apoiar projetos que impulsionam a inovação e também, valorizam os recursos locais e promovem a sustentabilidade. O Bombom do Maranhão é um exemplo brilhante disso, sendo um substituto inovador do chocolate, utilizando a castanha nativa do Estado” completou a coordenadora de Inovação e Empreendedorismo da Fapema, Isaura Modesto.
Novo substituto do chocolate
A criação do bombom vai além de pioneirismo inovador, diz Daniela Ferreira. A valorização do produto local e a geração de emprego e renda são elementos centrais para o sucesso do projeto. A planta, nativa do estado e encontrada também em outras regiões, está sendo cultivada em parceria com pequenas famílias agricultoras. O projeto mapeia essas famílias, realiza a coleta e promove o plantio da castanheira no campus da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), em Imperatriz, para estudar as melhores condições de cultivo.
“O objetivo é gerar valor e renda para as comunidades locais, formando cooperativas e ensinando as melhores práticas de cultivo. Buscamos promover a sustentabilidade e a valorização da castanha do Maranhão. Com isso, esperamos criar uma cadeia produtiva que beneficie tanto a economia local quanto o meio ambiente”, explica.
Com a produção em andamento e avanço no mercado, o Bombom do Maranhão está se destacando como exemplo de que inovar é acessível a todos os negócios e valorizar os recursos nativos, além de abrir oportunidades econômicas sustentáveis e promover o desenvolvimento regional, traz resultados ao empreendedor.
A equipe da MaraNuts conta com a professora Daniela Ferreira, que é engenheira de alimentos e doutora em ciência dos alimentos, com experiência em projetos de inovação, processamento de alimentos e na docência.
Também integram o projeto a engenharia de alimentos formada pela Ufma, Thalyne Santana; o administrador de empresas, com MBA em marketing e mais de 20 anos de experiência em finanças e estudos de viabilidade, Breno Linke; o tecnólogo em eletrônica industrial, doutor em biotecnologia e professor na engenharia da Ufma, Daniel Costa; e o economista e doutor em engenharia de gestão do conhecimento da Ufma, Leonardo Souza.