Mas o que é diabetes?
Por: Silen Ribeiro
27 de Junho: Dia Internacional do Diabético.
Perdendo apenas para a China, a Índia e os Estados Unidos, o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de países com o maior número de casos de diabetes, de acordo com o International Diabetes Federation (IDF).
Se você quer saber mais sobre a doença, leia a e entrevista concedida a esta Fundação pela enfermeira com especialização em Metodologia do Ensino Superior, UTI para Enfermeiros, Enfermagem do Trabalho, Enfermagem Obstétrica, Administração Hospitalar e Nutrição; doutora em Ciências Pedagógicas; docente do Quadro do Mestrado em Enfermagem e Saúde e Ambiente da UFMA; membro do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da UFMA (HUUFMA); líder do grupo de Pesquisa Educação e Cuidado em Enfermagem: um enfoque sobre a Saúde do Idoso (NUPECE), coordenadora docente da Liga Acadêmica de Diabetes e Obesidade (LADO) e Consultora Ad-Hoc da FAPEMA, Ana Helia de Lima Sardinha.
O que é a diabetes?
Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. Esse hormônio controla a quantidade de glicose no sangue.
Aponte as principais diferenças das diabetes tipos 1 e 2?
Tipo 1: o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta, assim pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Então, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia.
Tipo 2: o organismo não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia ou não é capaz de usar a insulina produzida.
É a causa mais comum de diabetes corresponde aproximadamente a 90% dos casos.
Quando o nível de açúcar pode ser considerado perigoso no sangue?
A glicemia não pode ultrapassar 99mg/dl. O limite é até 125mg/dl: estes são os chamados pré-diabéticos. A pré-diabetes já deve ser considerada a doença em estágio inicial, pois pode provocar lesões arteriais e aumentar as taxas lipídicas.
Quais são os sinais que podem levar a pessoa a suspeitar que possa estar diabética?
Fadiga, emagrecimento rápido sem causa aparente, sede intensa, fome exagerada, infecções de repetição e dificuldade de cicatrização de lesões.
De que maneira é realizado o diagnóstico da doença e quais os riscos de sua identificação tardia?
Feita pelo exame de sangue-glicemia. Quanto maior o tempo da doença, maior é a possibilidade de aparecimento de complicações.
Existem os chamados pacientes de risco no que se refere à doença?
Sim, as pessoas com algumas dessas características: idade maior que 45 anos, sobrepeso, sedentarismo, pai ou mãe com diabetes, resultados de excesso de glicemia ou de tolerância de glicose alterados, histórico de doença cardiovascular.
Há alimentos que causam diabetes?
Alimentos com alto teor de gordura e açúcar acarretam risco, pois favorecem o sobrepeso que é um fator, mas não são fatores únicos para diabetes, tendo influência do estilo de vida e carga hereditária.
Ao contrário do que muitos pensam a diabetes pode também se manifestar na infância. De que forma isso se dá? Ela é mais grave quando ocorre nessa fase?
A DM1 é a doença endócrina mais comum da infância, caracterizada por uma deficiência total do hormônio insulina, resultante de adaptação metabólica ou alteração fisiológica em quase todas as áreas do organismo, por isso é considerada mais grave. O tipo 2 vem aumentando com muita velocidade entre menores de 15 anos.
É possível prevenir a diabetes? Se sim, de que maneira?
Sim, com mudança nos hábitos alimentares, diminuindo consumo de alimentos industrializados, gordurosos e açucarados, e a prática de exercícios físicos, com consequente perda de peso.
A pessoa pode ter uma vida normal com a doença? Quais os impactos que ela geralmente causa na vida da pessoa?
Sim, porém o paciente deve manter o tratamento de forma efetiva e constante. Isso impacta na sua vida, pois é um tratamento para vida toda. O abandono ou a falta de adesão ao tratamento prolongado é a principal razão que faz o diabetes oscilar e descompensar provocando complicações.
Como é feito o tratamento da diabetes?
O tratamento envolve três frentes: alimentação balanceada, exercícios físicos e medicamentos. O paciente, por meio da rede pública de saúde, tem acesso a todo tipo de auxílio necessário ao controle do diabetes. Desde materiais à distribuição de medicações orais, insulinas especiais (os análogos de insulina) e, para casos específicos, o sistema de infusão contínua de insulina.
Faça as suas considerações finais, caso as considere necessárias.
Diabetes é uma doença séria, que se não diagnosticada e tratada corretamente acarretará muitas complicações e prejuízo à saúde. Portanto, torna-se necessário a implantação de programas para promoção, prevenção, diagnóstico precoce e assistência adequada.