Um novo grupo de 30 agentes ambientais voluntários (AAV’s) está em formação para atuar na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), no Amazônas, reconhecida globalmente pela importância de sua biodiversidade e gerida com a participação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM/MCT).
Apesar de ser protegida legalmente, a Reserva Mamirauá tem, continuamente, problemas com crimes ambientais, entre eles pesca ilegal. A atuação de AAV’s atende a demanda das comunidades da Reserva para fortalecer seus esforços de conservação.
Os novos agentes ambientais estão em capacitação em curso realizado até sexta-feira (25), em Tefé (AM), pelos institutos Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Dos agentes formados, dois devem atuar na Reserva Mamirauá e os outros 28 na vigilância da Floresta Nacional de Tefé e nos municípios de Tefé e Alvarães, áreas onde as atividades ilegais ocorrem em grande número.
Hoje (24), o subcoordenador de Fiscalização do Instituto Mamirauá, Paulo Roberto e Souza, dá aula sobre conceitos gerais de Ecologia e a atuação dos AAV’s nas Reservas Mamirauá e Amanã. Essa última também é cogerida pela organização em parceria com o governo do Amazonas.
Os agentes ambientais podem reter produtos extraídos ilegalmente das Reservas, bem como os equipamentos utilizados para essa operação. Os produtos são doados às comunidades e os equipamentos encaminhados ao Ibama. A retenção ocorre nas ações de fiscalização realizadas pelo IDSM, das quais os AAV’s também participam.
De acordo com Souza, na última missão, promovida de 4 a 14 deste mês, foi bloqueada a invasão na área da Reserva Mamirauá por pescadores com os quais foram apreendidos 745 kg de pirarucu (peixe cuja pesca é proibida, salvo se realizada em áreas de manejo ou cativeiro), 42 quelônios (como tartarugas, iaçás e tracajás), 432 ovos de quelônios e cinco ovos de jacaré, entre outros produtos.
As multas aplicadas por invasão de unidade de conservação para pesca somaram R$ 6 mil. A missão foi realizada nas Reservas Mamirauá e Amanã e áreas do entorno, em parceria com o Ibama, AAV’s e 3º Batalhão de Polícia Militar de Tefé.
“O trabalho dos AAV’s envolve também o lado educativo, principalmente com relação aos pescadores flagrados em infrações. Eles orientam as pessoas para que trabalhem de forma correta e organizada, respeitando a legislação que rege o uso do recurso pesqueiro, garantindo o seu direito de exercer a atividade e a sua sobrevivência, bem como o abastecimento dos mercados das cidades”, explica Souza.
Ele diz que “desde que se iniciaram os trabalhos para a implantação da Reserva Mamirauá, e posteriormente Amanã, percebeu-se a necessidade e a importância da fiscalização que, junto com as atividades de pesquisa e extensão social do Instituto Mamirauá, contribuem para que os objetivos das unidades de conservação sejam alcançados.
Souza ressalta também que “ao longo dos anos de trabalho nas duas reservas, a fiscalização e feita principalmente com a parceria do Ibama-Tefé, ainda que as áreas sejam estaduais e, assim, a responsabilidade da fiscalização caiba ao Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam)”.