Brasileiros descobrem pterossauro que lembra ‘dragão’ do filme Avatar
Pesquisadores brasileiros e chineses descobriram uma nova espécie de pterossauro, réptil voador que viveu há 120 milhões de anos na Terra, na mesma época que os dinossauros. Ele recebeu o nome Ikrandraco avatar, por ser parecido com o “Na’vi Ikran”, tipo de dragão do planeta Pandora, criado pelo diretor James Cameron para o filme Avatar, de 2009.
Os paleontólogos Alexander Kellner, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, e Taissa Rodrigues, da Universidade Federal do Espírito Santo, integram o grupo de pesquisadores que assinaram artigo publicado nesta quinta-feira (11), na revista “Scientific Reports”, do grupo “Nature”. Os demais fazem parte da Academia Chinesa de Ciências.
Os fósseis foram encontrados na Formação Jiufotang, na província de Liaoning. De acordo com a descrição, o Ikrandraco avatar possuía uma envergadura de 2,5 metros e apenas 70 centímetros de corpo. Tinha ainda uma crista na parte de baixo da mandíbula, algo que nunca foi descrito antes.
Voos rasantes
Alexander explicou ao G1 que em outros pterossauros não foi encontrada a crista inferior. Outra coisa que deixou o grupo de paleontólogos intrigado, segundo ele, foi a descoberta de uma formação óssea na região da mandíbula que lembrava um “gancho”.
Durante o estudo, foi constatado que a formação óssea se trataria de um saco gular – muito parecido com a bolsa existente em animais atuais, como o pelicano – que seria utilizado para capturar alimento, provavelmente peixes, durante voos rasantes.
“A hipótese que trabalhamos é que essa crista debaixo da mandíbula do pterossauro servia de base para ancorar o saco gular durante a captura de alimentos. Acreditamos que o animal daria rasantes sobre a água, inseria a crista nela para poder manobrar durante o voo, abria a boca e capturava o alimento, provavelmente peixes, antes de voltar para o ninho”, explica.
O paleontólogo do Museu Nacional, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse ainda que a descoberta foi possível graças a uma parceria com a China, firmada há 11 anos, com foco na exploração de fósseis encontrados lá.
Segundo ele, o país é atualmente o principal local do mundo para pesquisa paleontológica e possui muitos recursos investidos para este fim. “É absurda a diversidade de fósseis que encontramos por lá”, comentou. A investigação teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, a Faperj.