Coleção Zoológica do Maranhão chama a atenção do público no stand do Governo na SBPC
O Maranhão já possui algumas centenas de espécies de insetos registrados em vários municípios do seu território, graças ao acervo da Coleção Zoológica do Maranhão (CZMA) que conta com mais de 15 milhões de espécimes. O acervo que integra a Coleção é tema de estudo da professora de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Joseleide Câmara, doutora em Anatomia de Animais Domésticos e Silvestres pela Universidade de São Paulo (USP). Para divulgar informações e curiosidades sobre este universo, ela desenvolveu uma exposição com jogos didáticos e diversos tipos de insetos, que trazem orientações sobre eles, principalmente sobre as borboletas.
Os projetos estão sendo apresentados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), em mostras que compõem a programação da 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O maior evento científico e tecnológico do Brasil e América Latina acontece na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, até 29 deste mês.
“A ciência e a inovação desempenham um papel crucial no desenvolvimento socioeconômico de qualquer nação. E esse projeto, que cataloga um rico acervo dessas espécies, tem sua importância por elevar o Maranhão a lugar de destaque no segmento. A Coleção Zoológica é reconhecida por outras instituições e é a maior do Nordeste. Para nós, termos essa representatividade em um grande evento como a SBPC é uma satisfação. Parabenizamos a professora Joseleide Câmara por repercutir o importante trabalho do professor Francisco Limeira”, ressaltou o presidente da FAPEMA, Nordman Wall.
A equipe, coordenada pelos professores Joseleide Câmara e Francisco Limeira, trabalha com Taxonomia de insetos, mas o material biológico da CZMA é utilizado por muitos outros pesquisadores de instituições brasileiras e internacionais para produção de trabalhos científicos de várias subáreas das Ciências Biológicas, como Ecologia, Sistemática e Etnobiologia, dentre outras.
“É um trabalho muito interessante e muito rico não só para o Maranhão mas para todo o Brasil”, disse a psicóloga Francine Rocha, durante visita ao stand do Governo. “É um tema que muito me interessa e a todos os biólogos”, completou a acadêmica Vitória Vieira.
Joseleide Câmara conta que existia uma grande lacuna de informações sobre a fauna de insetos do território maranhense, mas, graças ao amplo trabalho do professor Francisco Limeira, a equipe tem levando esse conhecimento Maranhão afora. “Na SBPC, damos uma pequena amostra desse vasto acervo e que está representado na exposição e no jogo que desenvolvemos”, ressaltou Joseleide Câmara. A exposição ‘Insetos da Coleção Zoológica do Maranhão’ e o ‘Jogo da Memória das Borboletas do Maranhão’ têm atraído o público ao estande da FAPEMA, na SBPC, e se tornado um diferencial na forma de levar conhecimento e, também, diversão.
Com esse foco de pesquisas, Joseleide Câmara traz à luz a fascinante e diversificada vida desses pequenos seres, demonstrando que vão muito além das picadas indesejadas e que merecem ser estudados e apreciados por sua importância e beleza. Atualmente, ela amplia esse conhecimento nas escolas, exposições e eventos diversos, além de estar sempre se aprofundando no tema. “A tentativa é passarmos a ideia de que os insetos têm papel importante no meio ambiente e devem ser preservados, assim como todos os ecossistemas”, pontua.
A pesquisadora destaca a importância da FAPEMA para que esse conhecimento e a coleção maranhense fosse divulgada em mais espaços, a exemplo, agora, da SBPC. “De uma iniciativa individual do professor Francisco Limeira, a coleção ganhou proporções e despertou interesse de grandes instituições. Desde então, temos contato com o apoio da FAPEMA, o que nos deu a possibilidade de ampliarmos essas pesquisas e conhecer mais sobre nossa fauna. Este trabalho requer espaço e insumos para manter-se. É um cuidado eterno e os projetos com financiamento da fundação nos auxiliam muito e é muito importante que se mantenham, para que a coleção continue existindo no Maranhão”, pontuou.
A professora lembra o alcance desta coleção, citando interesses de pesquisadores e centros maiores que o do Estado. “Muitos ficam surpresos com o que temos e sempre nos solicitam o material. Então, para que continue no Maranhão, com a qualidade que deve ter, essa coleção precisa muito desses apoios que as instituições proporcionam, para que não percamos essa preciosidade que é nossa que é maranhense”, enfatizou.
Interação e conhecimento
A exposição ‘Insetos da Coleção Zoológica do Maranhão’ traz descobertas ao público. A pesquisadora ressalta curiosidades e informações de espécies desconhecidas. Em um cenário organizado, os visitantes podem se sentir imersos na história dessas espécies. Além da exposição, ela desenvolveu um projeto educativo, com o objetivo de ensinar sobre a diversidade de borboletas, de maneira lúdica e interativa. O resultado foi o ‘Jogo da Memória das Borboletas do Maranhão’, que ensina brincando.
“Queríamos proporcionar uma experiência completa, na qual as pessoas pudessem apreciar a diversidade dessas espécies do nosso estado e compreender sua importância para o ecossistema local e para a conservação da biodiversidade. Nosso intuito é mostrar que os insetos têm grande importância para o equilíbrio dos ecossistemas e podem nos ensinar muito, sobre a resiliência, a cooperação e a biodiversidade”, frisou Joseleide Câmara.
Redação: Sandra Viana. Fotos: Elizete Silva