Começa dia 15 Simpósio Brasileiro de Hansenologia em Recife
A capital pernambucana sedia, de 15 a 18 de outubro, a 10ª edição do Simpósio Brasileiro de Hansenologia, realizado pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), entidade com 71 anos de atuação.
Grandes especialistas brasileiros e estrangeiros discutirão assuntos como tratamentos, pesquisa, políticas de combate à doença e temas como direitos sociais das pessoas atingidas pela hanseníase, dentre outros temas.
Para a SBH, a interface da hanseníase com outros profissionais de saúde e de outras áreas do conhecimento é enorme, assim como com os movimentos sociais. Com isso, a amplitude dos temas é bastante significativa, variando de temas médicos especializados dentro das áreas de ação dos hansenologistas até áreas amplas dos direitos humanos.
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial da hanseníase, e concentra 90% dos casos notificados nas Américas. A Índia é o país com mais casos.
A SBH tem alertado autoridades nacionais e estrangeiras para o número preocupante de casos de hanseníase em crianças com até 15 anos. “A doença demora anos para se manifestar. Por isso, os casos em crianças e jovens mostram que esses pacientes tiveram contato muito cedo com o bacilo causador da hanseníase, provavelmente dentro de casa, entre familiares’, explica o médico Claudio Salgado, dermatologista, doutor em Imunologia da Pele pela Universidade de Tóquio e presidente da SBH.
Outro problema no Brasil é o número baixo de diagnósticos nos estágios iniciais da hanseníase – quando as chances de evitar sequelas incapacitantes são maiores – o que contrasta com o número alto de diagnósticos em pacientes com sequelas e em estágio avançado da doença. “Isso aponta claramente para uma endemia oculta acontecendo no Brasil. A doença não está sendo percebida”, alerta Salgado.
Por este motivo, o tema do simpósio deste ano em Recife está focado na hanseníase como uma doença primariamente neural; ou seja, que pode e deve ser diagnosticada quando começa a afetar os nervos e antes de apresentar sequelas no paciente. “Os primeiros sintomas são dormências e outras alterações de sensibilidade na pele. Isso ocorre antes mesmo do surgimento de manchas na pele e as unidades de saúde devem estar preparadas para identificar a hanseníase neste estágio precoce”, comenta o presidente da SBH.
Sobre este problema, a SBH tem promovido, em parcerias com governo e outras instituições, várias ações de treinamento/capacitação em hanseníase para profissionais da atenção básica à saúde no Brasil, especialmente em regiões de alta endemicidade para a hanseníase.
SBH
A SBH tem 70 anos, realiza a cada três anos o Congresso Brasileiro de Hansenologia e, nos anos intermediários, o Simpósio Brasileiro, promove ações de treinamento/capacitação de profissionais de saúde no Brasil e assessora outros países, além de ser responsável pela aplicação dos exames e certificação dos médicos hansenologistas no Brasil e pela campanha nacional Todos Contra a Hanseníase.
Agenda
10° Simpósio Brasileiro de Hansenologia
Data: 15 a 18/10/2019
Realização: Sociedade Brasileira de Hansenologia
Local: Mar Hotel Conventions Recife
Endereço: Rua Barão de Souza Leão 451
Informações e inscrições: www.sbhansenologia.org.br