Crianças da área Itaqui-Bacanga recebem atendimento odontológico por meio de projeto financiado pela FAPEMA

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Por Ivanildo Santos 20 de março de 2013

 

saudeUm levantamento do Ministério da Saúde apontou que mais da metade das crianças com idade até cinco anos já teve cárie no Brasil. O Nordeste do país é o local em que a prevalência de cáries é maior: 2,7, pouco acima do que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS) para considerar o índice baixo, que varia entre 1,2 até 2,6. O levantamento também mostra que 66% das crianças de até 12 anos, já tiveram em alguma fase da infância ao menos um dente cariado.

No Maranhão, estima-se que na primeira infância, entre 0 e 4 anos, 37% das crianças tenham cáries. Para mudar essa realidade, a pesquisadora Cecília Cláudia Ribeiro, apresentou o projeto “Odontologia para bebês: uma clínica para atendimento para pré-escolares em São Luís”. O projeto foi beneficiado pelo edital AEXT (Apoio a projetos de extensão) nº 21/2011, da FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico do Maranhão), que tem como objetivo financiar projetos de extensão que possam fortalecer a ação da pesquisa sobre os problemas sociais.

“Esse é um problema social grave, especialmente porque percebemos que ele atinge principalmente crianças que vivem em áreas periféricas, que tem menos possibilidade de acesso aos hábitos de escovação”, explicou a coordenadora do projeto Cecília Cláudia Ribeiro. As crianças atendidas são, em sua maioria, moradoras de bairros da área Itaqui-Bacanga, próxima à Universidade Federal do Maranhão (UFMA), local em que o projeto está instalado. O atendimento é feito todas as terças-feiras, e, mensalmente, aproximadamente 60 crianças nessa faixa etária são acolhidas no projeto, que conta com a colaboração de três professores da odontopediatria e pelo menos vinte estudantes de graduação do último ano do curso de Odontologia, da Universidade Federal. “Temos esses estudantes justamente porque esse não é um trabalho fácil, é necessário que haja um comprometimento, especialmente porque sabemos que é um serviço escasso. A nossa missão é, acima de tudo social”, esclareceu a pesquisadora.

De acordo com ela, é importante que haja uma ampliação do atendimento odontológico preventivo para que a realidade de crianças com histórico de dentes cariados possa ser modificada no Maranhão. Segundo a pesquisadora, comportamentos como: escolaridade materna baixa e hábitos de consumo incorretos são apontados como as principais características para o elevado índice de cárie nessa fase da vida. Excesso de açúcar, doces, salgados refrigerantes e uma limpeza inadequada favorecem o comprometimento da dentição da criança. “Isso sem contar que pais menos esclarecidos, sem conhecimento suficiente para realizar a atividade preventiva”.

A clínica odontológica também desenvolve suas atividades a partir de projetos financiados através de auxílios de outros dois editais: o PPSUS e o PRONEX, abordando: determinantes nutricionais associados à cárie em população de baixa renda; e fatores etiológicos do nascimento pré-termo e consequências dos fatores na saúde da criança. O auxílio recebido pelo edital AEXT para o desenvolvimento da pesquisa foi de R$ 20 mil reais.
“O apoio da Fapema é fundamental para otimizar recursos para a clínica. Sem recurso não seria possível realizar esse trabalho que desenvolvemos na clínica, nada disso seria possível. É de fundamental importância a participação da Fapema nesse processo”, elogiou. Durante o período de férias na UFMA a clínica estará fechada. As portas serão reabertas para o atendimento ao público infantil a partir da primeira quinzena do mês de abril.