Diagnóstico precoce do câncer de boca é estudado em São Luís

Diagnóstico precoce do câncer de boca é estudado em São Luís
setembro 23 18:54 2013

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O câncer é uma das doenças que mais mata no mundo, atingindo cerca de 6 milhões de pessoas a cada ano. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre os tipos de câncer mais frequentes está o câncer de boca com 390 mil casos por ano, o que representa aproximadamente 7% da população mundial.

Um estudo buscou capacitar profissionais da área da saúde, que trabalham com estratégias de saúde da família, para atuarem na prevenção do câncer de boca na Grande São Luís (MA). E ainda possibilitou que esses profissionais tenham condições de fazer um diagnóstico precoce das lesões suspeitas de câncer da cavidade oral. Além de ensinar pessoas a fazerem o autoexame.

Para tentar diminuir esse problema de saúde, Erika Bárbara Fonseca, doutora em saúde pública e professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), desenvolve o estudo de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de boca, por meio do edital de Apoio a Projetos de Extensão (AEXT) da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA.

Investindo na capacitação profissional de professores e alunos da área da saúde da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, a pesquisa quer informar sobre o diagnóstico precoce e prevenção de câncer de boca. “Estamos trabalhando com duas estratégias de educação. Na primeira etapa, investimos na capacitação dos discentes, docentes e na elaboração de todo material educativo. Então, produzimos vídeos, uma música, um manual e estamos também confeccionando um livro. O objetivo principal de todos eles é contribuir para capacitar dos profissionais da área da saúde que trabalham na estratégia saúde da família, na atenção básica, para que eles conheçam um pouco mais os fatores de risco e como fazer prevenção do câncer de boca”, destacou a pesquisadora.

Para que possam realizar o diagnóstico no estágio mais precoce possível, melhorando o diagnóstico do paciente, a capacitação é feita também para dentistas, médicos e enfermeiros. “o profissional que deve ser buscado em primeiro momento é, principalmente, o cirurgião-dentista, mas feito o diagnóstico de câncer de boca, o tratamento para doença já não é de responsabilidade do dentista, e sim do médico oncologista, com o médico de cabeça e pescoço,” explicou Erika Fonseca.

A pesquisa atende os municípios da região metropolitana de São Luís. “A segunda etapa do estudo está em desenvolvimento, entramos em contato com a secretaria estadual de saúde, de educação, secretaria municipal de saúde e educação para conseguirmos chegar até o local, porque são quatro munícipios: São Luís, São José de Ribamar, Paço de Lumiar e Raposa. Em São Luís já fizemos a capacitação com cerca de 70% dos agentes comunitários”, apontou a doutora.

Segundo a pesquisadora, o estilo de vida e fatores de risco como cigarro, álcool e alimentos ricos em gorduras pode provocar o aparecimento da doença. Os sintomas mais comuns do câncer oral são caroços, alterações na cor e na textura, dormências, sangramentos e feridas que estejam com mais de três semanas. O tratamento é feito principalmente com a remoção cirúrgica da lesão.

De acordo com a doutora em saúde pública, uma das orientações para prevenção e o diagnóstico do câncer de boca é fazer o autoexame. “A pessoa tem que fazer os seguintes passos: lavar as mãos e se usa prótese, peça ou dentadura retirá-las. Após isso, fazer o exame na frente do espelho, abrindo a boca, tocando todas as estruturas internas e externas da sua própria boca, como lábio, língua e gengiva. A língua deve ser tocada tanto a parte de cima como na de baixo, põe a língua para lado e para outro. Deve ser observado o céu da boca, o que chamamos de assoalho da boca, que é a parte debaixo da língua, verificando também os dentes a procura de caroços, feridas, sangramento, mudança de cor e de textura e se a pessoa encontrar deve procurar o profissional adequado para fazer o diagnóstico”, ensinou.