FAPEMA financia pesquisas inovadoras no combate às queimadas e ao desmatamento ilegal

FAPEMA financia pesquisas inovadoras no combate às queimadas e ao desmatamento ilegal
julho 20 11:50 2023

Para além do uso como combustível em aquecedores, lareiras e churrasqueiras, o carvão vegetal se mostra um item de extrema resolutividade na agricultura familiar, sobretudo no que refere ao manejo do solo. Batizado de ‘carbono preto’, suas potencialidades impactam na qualidade do solo, na produtividade agrícola e no sequestro duradouro de carbono no solo. Estes benefícios foram avaliados no trabalho ‘Eficiência de queima e entrada de carbono preto pelas queimadas de vegetação secundária (capoeira) na agricultura familiar itinerante (roça queimada)’, da pesquisadora da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Lianna de Castro Rodrigues. O estudo obteve apoio do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).

Esta é uma das dezenas de pesquisas voltadas ao controle de queimadas e desmatamento ilegal no estado, que têm apoio do Governo, via FAPEMA. Isso mostra um compromisso firme com a preservação ambiental e reforça o trabalho da gestão no investimento financeiro e incentivos aos pesquisadores maranhenses. O propósito é que sejam desenvolvidas soluções para minimizar e prevenir essas ocorrências, que afetam várias regiões.

“As queimadas e o desmatamento ilegal são questões urgentes e preocupantes, que impactam negativamente o meio ambiente, a biodiversidade e também, as comunidades. Reconhecendo a gravidade dessas situações, a FAPEMA tem buscado parcerias com instituições de pesquisa e universidades, com fins a apoiar estudos que possam trazer avanços no enfrentamento destes casos. Ficamos muito satisfeitos com o nível destes trabalhos e certos que contribuem e contribuirão para reduzir o problema e conscientizar a sociedade”, avaliou o presidente da FAPEMA, Nordman Wall.

A pesquisadora Lianna Rodrigues aponta que, os benefícios do ‘carbono preto’ são desconhecidos na prática atual tradicional da roça queimada.  “Esse trabalho tem um foco muito importante e pode representar um diferencial na produção agrícola. Esperamos que haja um entendimento melhor sobre os efeitos das queimadas repetidas na qualidade do solo. Com o apoio da FAPEMA pudemos ir mais adiante e dar continuidade às parcerias com a Embrapa-Agrobiologia já existentes e bem-sucedidas pelos projetos anteriores”, enfatizou.

Com o apoio da FAPEMA, Lianna Rodrigues pode avaliar outros vieses da pesquisa. Em um segundo momento, analisou o desenvolvimento de técnicas adequadas da carbonização ‘in-situ’ da vegetação secundária; e, em uma terceira linha, observou as estimativas das entradas de carvão pelas queimadas tradicionais no Maranhão.

Outro estudo apoiado pela fundação, ‘Lógica fuzzy aplicada à análise de risco de incêndios florestais nas bacias hidrográficas dos rios munin e parnaíba, Maranhão’, da pesquisadora Andrezza Maciel de Sousa, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), mapeou os riscos de incêndios e avaliou planejamentos de proteção de determinada área, a fim de proporcionas visualizar a distribuição espacial do perigo desta propagação. Com isso, a pesquisa sugeria adequação de recursos e equipamentos destinados à prevenção e combate às ocorrências.

O projeto ‘Simulações numéricas das influências do relevo no espalhamento de incêndios no cerrado brasileiro’, do pesquisador do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Matheus Dias Aguiar, que também recebeu investimento da fundação, tem como finalidade, desenvolver meios para investigar o espalhamento de incêndios neste bioma, considerando a vegetação e o relevo. A proposta é colher subsídios para estimar probabilidades de devastação dos incêndios, de acordo com o relevo.

Áreas de maior vulnerabilidade a incêndios florestais também são focos de estudo apoiado pela FAPEMA. A pesquisa busca entender os fatores que levam às queimadas e formas de prevenção e apontar estratégicas de manejo para reduzir riscos e propagação do fogo. O estudo tem a coordenação da especialista em Conservação da Biodiversidade da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Carolina Santos.

Essas pesquisas estão impulsionando a busca por soluções sustentáveis e eficazes no enfrentamento das queimadas e do desmatamento ilegal. Com isso, o Governo do Estado, por meio da fundação, reforça seu compromisso em financiar iniciativas científicas e tecnológicas que promovam a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável, com a finalidade de garantir um futuro melhor às gerações presentes e futuras.

Além do apoio aos estudos sobre o tema, a FAPEMA tem incentivado ações de conscientização e educação ambiental, buscando disseminar informações sobre a importância da preservação das florestas e alertando das consequências do desmatamento e das queimadas.

O presidente da FAPEMA, Nordman Wall, reforçou a importância dessas pesquisas para o estado do Maranhão: “Estamos comprometidos em apoiar pesquisas científicas que possam contribuir para a preservação do meio ambiente. Este tema deve ser prioridade de todos e ficamos orgulhosos em ser parte de ações e projetos que possam trazer soluções efetivas para esse desafio”, disse.

Texto: Sandra Viana

Fotos: Divulgação