Fapema publicará série “Mulheres de Ciência” para reverenciar o 8 de março, Dia Internacional das Mulheres

Fapema publicará série “Mulheres de Ciência” para reverenciar o 8 de março, Dia Internacional das Mulheres
março 02 16:10 2018

Silen Ribeiro

Alguns registros históricos mostram que a luta feminina por melhor conjuntura de vida e trabalho teve início a partir do final do século XIX, sobretudo nos Estados Unidos e Europa, tendo como pontos de discussão a discriminação de gênero, as jornadas de trabalho de 15 horas, o direito ao voto, entre outros.

Entretanto, o 8 de março como Dia Internacional da Mulher tem como origem os protestos das mulheres russas visando a melhores condições de vida e trabalho, em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial.  Essas manifestações, que contaram com mais 90 mil mulheres, foram o marco para a escolha do dia, sendo oficializado somente quatro anos depois, em 1921.

A data, no entanto, foi esquecida durante um bom tempo, sendo restabelecida apenas nos anos 1960, com o movimento feminista. Em 1977, A Organização das Nações Unidas reconheceu, finalmente, o Dia Internacional da Mulher. Importante ressaltar que o dia serve, sobretudo, como retomada de consciência sobre o lugar que as mulheres constroem para si para fazer frente às desigualdades de gênero presente em nossa sociedade ao longo da história, em todos os campos. E quando se trata de ciência, infelizmente, não é exceção.

Por considerarmos indiscutíveis as contribuições das mulheres também no âmbito científico, faremos uma homenagem especial a elas. Do dia 05 ao dia 09 de março, publicaremos em nossas redes sociais a série “Mulheres de Ciência” com dez depoimentos de professoras-pesquisadoras de diversas áreas do conhecimento. Elas falam sobre suas atuação e dificuldades. Por meio delas, esperamos que todas se sintam contempladas.

Sem elas, a ciência nada seria

A inserção das mulheres na construção do pensamento científico é tão antiga quanto à origem da  ciência e as suas contribuições científicas se manifestaram nas mais diversas áreas do conhecimento. No entanto, de modo geral, a revolução científica quase nada fez para modificar a ideia dominante e aderir ao óbvio: a competência da mulher para o avanço da ciência, tal qual o homem.  Muito pelo contrário: havia o predomínio de difusão da ideia de que as mulheres eram, por natureza, inferiores e fazer frente a isso era uma ameaça.

No século IV, por exemplo, Hipátia, uma grega que vivia em Alexandria, foi a primeira mulher documentada como sendo matemática, além de ter se dedicado também à astronomia e filosofia. Morreu assassinada no ano de 415 d.C., a mando de um grupo de fanáticos religiosos, devido sua influência na cultura de Alexandria.

Marie Curie, conhecida por sua colaboração ao estudo e à aplicação da radioatividade em Medicinaespecialmente do tratamento do câncer, e a única pessoa a ganhar o prêmio Nobel por duas vezes, foi atacada no campo pessoal por aqueles que não tiveram como atingi-la na sua competência científica: acusaram-na de ter tido um caso com um homem casado logo após a morte de seu marido, o que para a época era um grande escândalo.

Nos dias atuais, mesmo contadas com algumas variantes diferentes, histórias como essas se repetem e as mulheres ainda enfrentam uma série de barreiras. Espera-se, no entanto, que a mudança dessa situação seja uma questão de tempo, e que as pessoas entendam que a ciência é de domínio de toda e humanidade e que sem as mulheres não há como ela avançar.