FAPEMA reforça apoio a estudos que tratam do autismo

FAPEMA reforça apoio a estudos que tratam do autismo
abril 04 17:25 2023

Uma data para refletir, sensibilizar e conscientizar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Neste domingo (2) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A referência foi definida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Neste dia, a sociedade é chamada a refletir sobre o tema. O Governo do Estado apoia uma série de pesquisas sobre o TEA e impulsiona o debate sobre o assunto a partir de ações da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).

“É uma data importante, pois muitas pessoas não compreendem o que é o Transtorno do Espectro Autista. Entendemos que é fundamental a propagação de toda informação e com qualidade. Ao apoiar as pesquisas neste viés, a Fapema estimula e consolida os debates, reforça a divulgação e proporciona a disseminação do conhecimento. Por meio das pesquisas, temos mais um meio para entendermos melhor o transtorno. O Governo do Estado garante que estes estudos possam ser concretizados e, com isso, o Maranhão avança nas pesquisas sobre o autismo”, pontuou o presidente da Fapema, Nordman Wall.

Muitos não compreendem o que é o Transtorno do Espectro Autista, portanto, é fundamental as discussões e divulgação de pesquisas, estudos e afins sobre o tema. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, uma em cada 160 crianças são autistas. Paralelamente, segundo a instituição, houve um aumento da conscientização sobre o tema e a maior busca pelo diagnóstico.

A pesquisadora e graduanda em Medicina, Bárbara Cristina Rodrigues Neres, desenvolve o estudo “Canabidiol no tratamento de Autismo, da Síndrome de West e Síndrome de Lennox-Gastaut em São Luís-MA”. O objetivo do estudo é entender como o óleo do canabidiol pode auxiliar nas manifestações clínicas e na consequente evolução de sintomas. A pesquisa também busca entender a periodicidade do tratamento, dosagem adequada da substância como medicamento, efeitos colaterais e resultados após o tratamento.

“O que motivou o início dessa pesquisa foi, justamente, a proposta de inovar e compreender novos caminhos para a melhoria da qualidade de vida de pessoas autistas. Buscamos, com o trabalho, uma ampliação na esfera e na possibilidade de pesquisas com base em estudo de caso sobre a temática, com a finalidade de identificar probabilidade positiva no tratamento e na continuidade deste, ampliando as informações para pessoas em início do tratamento e buscando atenuar manifestações clínicas”, explicou Bárbara Neres.

Ela desenvolve a pesquisa com apoio de bolsa da Fapema e destaca a importância da fundação para êxito do trabalho. “A Fapema abre um leque de possibilidades para a execução da pesquisa científica no Maranhão. Com o auxílio da instituição, é possível desenvolver trabalhos, no âmbito estadual, e trazer possibilidades e estudos de fora para nossa terra”, ressaltou Bárbara Neres.

Outros dois importantes estudos que abordam o autismo, tratam do desenvolvimento de estratégias para melhorar a qualidade da educação para este público e qualificação de profissionais da saúde para atendimento especializado. O pesquisador Diogénes Emerson da Silva Pires busca, na área da tecnologia, ferramentas que proporcionem melhor aprendizado para crianças autistas. A pesquisa “Programa de computador para o auxílio no ensino aprendizagem de crianças autistas no sul do Maranhão”, para desenvolver um software educacional que servirá de apoio a crianças autistas em seu aprendizado no meio escolar.

Já o estudo “Diagnóstico precoce do autismo infantil: Conhecimento e práticas de enfermeiros e médicos da Atenção Primária à Saúde”, da pesquisadora Najra Danny Pereira Lima, tem como objetivo avaliar o conhecimento e as práticas de enfermeiros e médicos da Atenção Primária à Saúde sobre o diagnóstico precoce do autismo.

“Sabemos que há uma precariedade nas ações de saúde voltadas para o rastreamento e diagnóstico precoce dos distúrbios do desenvolvimento. O estudo poderá alertar aos gestores em saúde e aos profissionais atuantes na Atenção Primária à Saúde, sobre a necessidade de desenvolver habilidades e ações que possibilitem diagnosticar precocemente o autismo infantil”, explicou, em sua justificativa, Najra Lima.

Além das pesquisas, a Fapema também apoiou a edição do livro “Transtorno do Espectro Autista: uma parte de mim, não o todo – o acompanhamento psicossocioeducacional em saúde”, da enfermeira Francidalva Carvalha Filha. A obra, de 12 capítulos, apresenta resultados de pesquisas realizadas em municípios maranhenses e conta a história de vida de pessoas e familiares que vivenciam o processo de apresentar-se no Espectro Autista. Com a obra, a autora que é professora da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), campus Balsas, busca desmitificar o assunto e fortalecer a inclusão de outras pessoas na mesma situação.