Governo apoia estudos que impulsionam debates sobre envelhecimento e população idosa
No Dia do Idoso, celebrado em 1º de outubro, surge a reflexão da importância do debate e promoção de políticas voltadas para este público, que se tornam ainda mais evidentes. Neste contexto, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico do Maranhão (Fapema) tem se destacado no apoio a pesquisas que buscam entender e atender as necessidades dessa população crescente no Brasil.
As iniciativas apoiadas pela instituição têm foco na saúde, bem-estar e inclusão social dos idosos, contribuindo para a formação de um cenário mais justo e acolhedor. Estudos que tratam do envelhecimento saudável, da prevenção de doenças e da promoção de atividades culturais e sociais estão entre as áreas apoiadas. São mais de 240 pesquisas e o montante de R$ 2,4 milhões investidos.
O presidente da Fapema, Nordman Wall, ressalta que o envelhecimento populacional é um fenômeno global e todos, governos e sociedade, precisam estar preparados para enfrentar os desafios dessa fase da vida. Ele destaca as pesquisas apoiadas pela fundação como forte contribuinte para ampliar os debates e fornecer subsídios que ajudem a formular políticas públicas eficazes. “Reforçamos nosso compromisso no apoio aos estudos que contribuam para melhorar a qualidade de vida dessa parcela da sociedade. A Fapema é um pilar fundamental, apoiando projetos que buscam entender e atender às necessidades dos idosos”, reiterou.
Uma série de pesquisas financiadas pela FAPEMA abordam temas como saúde mental, inclusão social e tecnologias assistivas, todos voltados para o bem-estar deste segmento. Entre estes, o estudo ‘Promovendo o envelhecimento ativo em São Luís, MA’, do graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Udson dos Santos Silva. Ele utiliza sua experiência como gestor de negociação e professor de empreendedorismo promover o envelhecimento ativo, na região em que reside.
Com mais de 40 trabalhos publicados na área gerontológica, Udson Silva se motivou a explorar o tema, ao perceber as dificuldades enfrentadas por esta população envelhecida. “Conviver com idosos em minha família e no trabalho despertou minha preocupação com a qualidade de vida deles. É essencial que tenham seus direitos respeitados e suas vozes ouvidas,” afirmou. Ele explica que, o envelhecimento ativo é sinônimo de envelhecer com qualidade, promovendo a saúde física e mental, e se participando do cotidiano social.
Resultados de seus trabalhos, ele ajudou a criar um ecossistema de apoio a idosos empreendedores, criou startup que facilita acesso a medicamentos e outra de capacitação em tecnologia digital para este público. “A FAPEMA foi muito parceira, garantindo o apoio que possibilitou executar o projeto. Precisamos envolver os idosos na elaboração das políticas, garantir acessibilidade e promover educação e conscientização sobre o envelhecimento ativo”, afirmou Udson Silva.
Envelhecimento e vida saudável
O estudante de Medicina, Carlos Adriano Coelho dos Santos, realiza seu primeiro trabalho sobre o tema, avaliando o impacto do envelhecimento na capacidade funcional desta faixa etária. Motivado por compreender essa influência na execução das atividades diárias, ele investigou a relação entre comorbidades e o aumento da obesidade nesta população. Sua pesquisa ‘Associação da variabilidade de frequência cardíaca e teste de caminhada de seis minutos em indivíduos idosos’ revelou que esses fatores contribuem para diminuição da capacidade funcional desta população.
“Isso mostra a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para o envelhecimento saudável, com ênfase na prática de exercícios físicos e alimentação equilibrada. Essa combinação pode melhorar a qualidade de vida e prolongar a saúde das pessoas. O envelhecimento traz desafios naturais, mas, é possível envelhecer com saúde e manter a autonomia nas atividades diárias”, avalia o pesquisador. Ele destaca que “o apoio da Fapema foi um diferencial para a execução do projeto, possibilitando os deslocamentos e aquisição de equipamentos indispensáveis para a coleta de dados”, frisou.
Mais pesquisas
Entre outros projetos com foco na temática, o trabalho ‘Os significados da viagem de lazer para idosos de São Luís/MA’, da pesquisadora da UFMA, Sofia Everton, avalia como essas experiências de viagem influenciam a qualidade de vida e o bem-estar emocional dos idosos. No estudo ‘Consequências da polimedicação durante a pandemia e no processo de adoecimento do idoso na atenção primária em Imperatriz-MA’, a pesquisadora Májory Vieira Zuza, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), investiga os efeitos desse ato, tendo como público, idosos atendidos em unidade básica de saúde, avaliando os impactos em pacientes com hipertensão e diabetes, e automedicação.
Outra iniciativa importante é o projeto de inclusão digital, de autoria do pesquisador da UFMA, João Paulo Ribeiro, que ensina idosos a utilizarem tecnologias, possibilitando que eles se conectem com amigos e familiares, além de acessarem serviços online. Além das questões de saúde e inclusão, a Fapema também investe em pesquisas sobre políticas públicas voltadas para os idosos, a exemplo de estudo da professora Rita Souza, especialista em gerontologia, que analisa a eficácia dessas políticas, a necessidade de ajustes e seus impactos na vida dos idosos.
Estes e outros estudos ressaltam a importância da pesquisa científica para a promoção de uma vida digna e saudável na terceira idade. A Fapema, ao apoiar essas iniciativas, investe na ciência e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
População em crescimento
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 203 milhões de habitantes registrados pelo Censo 2022, pouco mais de 15% deste total corresponde à parcela de idosos – c
erca de 32 milhões de pessoas. Ainda segundo o instituto, a expectativa de vida dos brasileiros segue aumentando. No início do século, a estimativa era de 34 anos. Nos anos 2000, essa média deu um salto para 70 anos. A projeção para 2060, é de que uma pessoa no Brasil possa viver, em média, até os 81 anos.
Com a crescente da população idosa no Brasil, a continuidade dos investimentos em pesquisas é mais do que necessária. Neste Dia do Idoso, a reflexão sobre o cuidado e a valorização dessa fase da vida se torna ainda mais relevante, destacando o papel da ciência e das instituições como a Fapema na construção de um futuro melhor para todos. “Investir em conhecimento é investir no futuro da nossa sociedade. Ao entender melhor as questões que afetam os idosos, podemos desenvolver soluções que garantam dignidade e qualidade de vida”, conclui o presidente da Fapema.