Hipertensão arterial é a doença que mais acomete enfermeiras dos hospitais de São Luís

Hipertensão arterial é a doença que mais acomete enfermeiras dos hospitais de São Luís
maio 20 13:36 2015

0enfermagem-hipertensaoSabemos que o ambiente hospitalar possui uma tensão natural devido ao fato delicado deste trabalhar com a vida e a morte. Levando em consideração que os profissionais de enfermagem são maioria nas equipes de saúde, pesquisadores do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) realizaram uma pesquisa com o objetivo de investigar o nível da qualidade de vida no trabalho desses profissionais. O estudo identificou que a hipertensão arterial é a doença que mais acomete enfermeiras dos hospitais de São Luís.

A pesquisa, que tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) por meio do edital Universal, buscou identificar as doenças crônicas referidas pelas enfermeiras, além de investigar a prevalência de sintomas depressivos e caracterizar as situações de violência sofrida por enfermeiras no local de trabalho. A abordagem quantitativa foi realizada nos hospitais que se enquadraram na descrição Hospital Geral, conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) em São Luís.

De acordo com a professora e doutora em Saúde Coletiva pela UFMA, Cláudia Teresa Frias Rios, a doença crônica mais prevalente foi a hipertensão arterial com 43,30% dos casos, seguida por doenças que acometem o sistema osteomuscular com 41,90% — causadas por movimentos repetidos que podem provocar lesões em tendões, músculos e articulações, manifestando artrite reumatóide, artrose, fibromialgia, hérnia de disco, tendinite e lombalgia — e doenças do sistema nervoso, como a depressão e enxaqueca com 13,80%.

“É fundamental ressaltar que 16% das enfermeiras com hipertensão arterial ainda referiram outras doenças associadas, destacando o diabetes mellitus e o hipotireoidismo. Segundo a Health Education Authority, a Enfermagem é a quarta profissão mais estressante devido à responsabilidade pela vida das pessoas e a proximidade com os pacientes em que o sofrimento é quase inevitável. Isso exige muita dedicação no desempenho de suas funções, aumentando a probabilidade de ocorrência de desgastes físicos e psicológicos”, explica a pesquisadora.

Em relação à violência sofrida no local de trabalho, constatou-se que 28,2% das enfermeiras já sofreram alguma violência e o maior número de casos ocorreu no setor de emergência (22,8%). Em relação ao tipo de violência, foi observada a predominância da discriminação ou ameaça (26,3%) e o agente agressor, em 24,6% dos casos, foi um profissional de outra categoria, 19,3% foi o paciente e 17,5% familiares do paciente. Em relação à consequência dos episódios de violência, verificou-se que em 45,6%, o dano causado foi essencialmente emocional, gerando tristeza e/ou depressão.

Segundo Cláudia Teresa Frias Rios, a pesquisa permitiu uma melhor compreensão da qualidade de vida das enfermeiras que atuam nos hospitais gerais de São Luís em relação às doenças crônicas que acometem essas profissionais. “Podem ajudar na melhoria da qualidade de vida dessas enfermeiras a redução de carga horária, melhor distribuição de atividades por profissionais e plano de carreira e salários”, afirma a pesquisadora.