Fapema apoia ações sociais do Boi da Floresta valorizando expressões da cultura maranhense
Na cultura do Maranhão, as tradições ancestrais se entrelaçam com a vitalidade dos novos talentos e nesse cenário o bumba meu boi se mantém como uma das expressões mais vibrantes e emblemáticas. Estimulando essa referência, o Bumba-Meu-Boi da Floresta – Mestre Apolônio, do Quilombo Urbano da Liberdade, desenvolve uma iniciativa singular, impulsionada pelo apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).
O projeto apoiado por meio do edital Economia Criativa, fruto de parceria com o Sebrae-MA, traz oportunidades aos jovens da área, por meio das ações culturais, gerando renda e ofertando capacitação.
Quando chega o período junino, o grupo se organiza com antecedência, promovendo atividades que geram renda e trabalho, como ações voltadas para a construção e produção das indumentárias da brincadeira. “É um processo que envolve uma série de profissionais e garante oportunidades também aos jovens. Fazemos toda essa captação no próprio bairro”, explica a coordenadora do projeto, Nadir Cruz.
“Entendemos que não é apenas fazer cultura. Queremos gerar conhecimento e oportunidades de formação e de trabalho, principalmente para os jovens da nossa região”, destaca a coordenadora. As capacitações envolvem fazeres dentro da própria brincadeira, no bordado das indumentárias, na produção das roupas e confecção de itens, entre outros.
O presidente da Fapema, Nordman Wall, reforçou o papel da fundação no desenvolvimento científico, tecnológico e cultural do Estado e da cultura popular. “O edital Economia Criativa tem esse viés e, ao apoiarmos projetos como o Bumba Meu Boi da Floresta, estamos valorizando a herança cultural do Maranhão e contribuindo para sua preservação”, avalia o presidente, destacando ainda que a parceria com o Sebrae reforça as ações da fundação.
Dentro do contexto, o Boi da Floresta é mais que um projeto cultural, é um movimento de resgate e renovação desta tradição no estado, que reforça uma das vertentes mais autênticas da cultura e folclore local. Sob o patrocínio da Fapema, o projeto não só preserva as tradições seculares, mas também as reinventa, incorporando elementos contemporâneos e promovendo sua difusão por meio de apresentações, oficinas e atividades educativas.
Dessa forma, o grupo preserva e promove a tradição do bumba meu boi, fazendo o repasse dos saberes de forma sistemática, partindo de quem faz a cultura na prática. Entre as ações em planejamento, está o Memorial Apolônio Melônio.
“Neste sentido, a Fapema nos ajuda a ampliar o trabalho, atingindo mais pessoas, que é muito importante para disseminarmos este trabalho. O apoio da Fapema trouxe novas possibilidades e pudemos ampliar esse projeto com o edital Economia Criativa. A oportunidade fortalece e estimula esse fazer cultural no nosso bairro. Integrando o edital, tivemos amplo conhecimento, inclusive, na produção das nossas peças. Aprendemos a otimizar esse processo, passamos a entender mais de precificação e outros elementos, que contribuíram para melhorar nossas ações”, avalia Nadir Cruz.
O Boi da Floresta nasceu na comunidade da Floresta, bairro Liberdade, onde permanece até hoje. O grupo atua em várias frentes para além da parte artística, com projetos que envolvem questões de saúde, cidadania, educação e principalmente trabalho e geração de renda. Mais de 80% dos integrantes são moradores da região.
O edital Economia Criativa é executado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e tem como foco, incentivar diversos modelos de negócios que atuam neste segmento. No último edital, foram selecionadas 46 propostas de micro e pequenas empresas, nas áreas de consumo, cultura e mídias.
Impacto social
Além de promover a cultura maranhense em sua essência, o projeto Boi da Floresta, também desempenha um papel transformador na comunidade da Liberdade e áreas circunvizinhas. Por meio de suas atividades culturais, a ação fortalece os laços comunitários, promove o orgulho local e estimula o desenvolvimento socioeconômico da região, gerando oportunidades de emprego e renda para artistas, artesãos e demais agentes culturais.
O Bumba-Meu-Boi da Floresta também promove uma série de outras atividades culturais, como festivais de música, dança e teatro, exposições de arte popular, feiras de artesanato, entre outras, enriquecendo a vida cultural da comunidade. “Consideramos esse projeto um farol de cultura e tradição, em meio à riqueza multifacetada do folclore maranhense, e uma iniciativa necessário e de forte impacto em nossa comunidade”, conclui Nadir Cruz.
Texto: Sandra Viana
Fotos: Divulgação