Lasers cicatrizam sem deixar marcas

Lasers cicatrizam sem deixar marcas
maio 12 13:57 2010

Médicos costumam usar grampos e suturas para curar ferimentos. No entanto, esses métodos causam inflamações em áreas vizinhas e deixam cicatrizes que ficam por muitos anos.

Graças a um processo chamado “colagem fotoquímica de tecidos”, um laser verde interage com um corante de cor rosa sobre uma ferida aberta, estimulando a cicatrização. Pesquisadores estudam o uso dessa nova técnica para religar nervos periféricos, vasos sanguíneos, tendões e incisões nas córneas. “Estamos desenvolvendo uma nova tecnologia para reparação tecidual que minimizará as cicatrizes e poderá ser usada em pequenas estruturas do nosso corpo”, segundo Irene Kochevar, professora de dermatologia na escola de medicina dlasermata Harvard University e pesquisadora do Wellman Center. “Não precisaremos mais usar suturas e evitaremos inflamações responsáveis por fibroses (depósitos de colágenos chamados de cicatrizes)”.

Kochevar e Robert Redmond, professor-adjunto de dermatologia e químico associado ao Wellman Center, iniciaram um estudo ─ patrocinado pelo Departamento de Defesa americano ─ em 2008 junto com a dermatologista Sandy Tsao, do Hospital Geral de Massachusetts, que tratava pacientes com problemas de pele. Um primeiro teste foi realizado em um paciente que tinha realizado uma pequena cirurgia. Os médicos repararam uma parte da incisão com suturas simples, enquanto o restante foi tratado com a colagem fotoquímica. Meses após a incisão ter sido feita, os pesquisadores não encontraram nenhuma cicatriz na parte tratada com o laser.

O efeito benéfico do laser ocorre pela estimulação do mecanismo de reparo do próprio corpo. Quando o corante de cor rosa ─ conhecido como “rosa de Bengala” ─ é colocado no tecido e atingido pelo laser durante 3 minutos, absorve a luz e faz com que as moléculas de colágeno se juntem e fechem a incisão (como um velcro), sem deixar cicatrizes.

Recentemente, os pesquisadores começaram a aplicar essa técnica em animais de laboratório, para tentar reparar nervos danificados. “Retiramos uma pequena parte da membrana amniótica e implantamos nos nervos periféricos, religando-os com ajuda dessa nova técnica”, explica Kochevar. Sem a utilização de suturas, as inflamações são improváveis e não retardam o crescimento nerval.

Kochevar diz que no futuro espera reduzir o tempo de aplicação do laser sobre o corante e melhorar o processo de cicatrização, para que possa ser utilizado e ferido nos joelhos e cotovelos (locais que precisam de muita flexibilidade).