Nota de Pesar
O mundo e a ciência em particular ficam mais pobres com o falecimento do filósofo húngaro marxista Istvan Meszáros, ocorrido hoje, na Inglaterra. Meszáros é reconhecido como um dos principais intelectuais marxistas contemporâneos, cujo pensamento expresso em inúmeras obras, reafirma a luta pela construção do projeto socialista e pela defesa da dignidade e emancipação humana. Nessa perspectiva, Meszáros faz da ciência instrumento de partilha para a compreensão do capital na sua dinâmica e, portanto, nas suas contradições, e também nos ajuda a compreender e a construir as perspectivas e possibilidades para pensarmos o mundo para além do capital. Nos últimos anos esteve várias vezes no Brasil, divulgando sua obra e participando de atividades em universidades e junto a movimentos sociais.
István Mészáros nasceu em Budapeste, Hungria, em 1930. Gradou-se em Filosofia na Universidade de Budapeste, onde foi assistente de GyörgyLukács no Instituto da Estética. Trabalhou nas Universidades de Turim (Itália). Foi professor nas universidades de Londres (Inglaterra), St. Andrews (Escócia) e Sussex (Inglaterra), Universidade Nacional Autônoma do México e na Universidade de York (Canadá). Fazem parte da sua obra, entre outros, publicados pela editora Boitempo: Para além do capital (2002), O século XXI (2003), O poder da ideologia (2004), A educação para além do capital (2005), O desafio e o fardo do tempo histórico (2007), Filosofia, ideologia e ciência social (2008), A crise estrutural do capital (2009), e A montanha que devemos conquistar (2015). Atualmente IstvánMészáros dedicava-se à publicação de sua obra mais abrangente, “Para além do Leviatã: crítica do Estado”, um tratado sobre o estado que escrevia há 15 anos. O primeiro volume estava previsto para ser lançado em 2017, mas foi adiado.
A Ciência tem um papel relevante comprometendo-se com os valores da vida, com os diretos daqueles que produzem e são responsáveis como trabalhadores pelas riquezas construídas. Assim, a ciência deve voltar-se para a humanidade percebendo os processos de exclusão e colocando-se na busca de superá-la.
Sem sombra de dúvidas, Meszáros com cuidado, ousadia, competência e determinação no seu fazer científico, nos mune de instrumental teórico e metodológico para essa construção, ensinando-nos que a ciência não é neutra e menos ainda, apolítica.
A FAPEMA com esse texto presta a sua homenagem a esse grande representante da Ciência, ilustre pensador.
ISTVAN MESZAROS, presente!