Pesquisa apoiada pela FAPEMA revela caminhos para fortalecer o cuidado em saúde bucal de pessoas vivendo com HIV no Maranhão
Uma pesquisa desenvolvida com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) traz novos subsídios para o fortalecimento das políticas públicas de cuidado às pessoas vivendo com HIV/AIDS no estado. O estudo integra a dissertação de mestrado da cirurgiã-dentista Camila Dayla Melo Oliveira, sob orientação da professora Thalita Santana, bolsista de produtividade da FAPEMA, que acompanhou todo o processo metodológico e científico da investigação. A equipe também contou com a colaboração do acadêmico Marcos Vinicius Marinho Silva Sousa, bolsista de iniciação científica da FAPEMA, responsável por auxiliar etapas de campo e análises.
A pesquisa avaliou as condições de saúde bucal de pessoas vivendo com HIV (PVHIV) no Maranhão, comparando-as com indivíduos não infectados. Foram analisados fatores demográficos, hábitos de vida, experiência de cárie, condição periodontal, presença de lesões orais e o impacto desses aspectos na qualidade de vida. Os resultados revelam um cenário de desigualdades: o grupo com HIV apresentou maior número de dentes comprometidos, maior ocorrência de doença periodontal e manifestações orais como a candidíase.
Segundo Marcos Vinicius, “a pesquisa analisou desde hábitos de vida e condições periodontais até a ocorrência de lesões na cavidade oral, revelando que participantes vivendo com HIV apresentaram maior número de dentes afetados, maior prevalência de doença periodontal e manifestações como candidíase”. Ele acrescenta que fatores como o tabagismo mais frequente, o consumo de álcool e drogas ilícitas e as dificuldades de acesso ao atendimento odontológico também se mostraram relevantes. Para o bolsista, o apoio da FAPEMA foi essencial para que o estudo evidenciasse falhas nas políticas públicas e a urgência de um cuidado odontológico mais adequado para essa população.
A autora da dissertação, Camila Oliveira, ressalta que o estudo oferece dados inéditos para o Maranhão e evidencia importantes vulnerabilidades enfrentadas por pessoas vivendo com HIV. “Nossa pesquisa revelou diferenças significativas na saúde bucal desse grupo e reforça a necessidade de reorganizar estratégias de cuidado. Mesmo sem bolsa individual, o suporte institucional da FAPEMA foi essencial para viabilizar etapas fundamentais, como a coleta clínica e a análise estatística”, afirma.

Para a orientadora Thalita Santana, bolsista de produtividade da FAPEMA, a pesquisa reforça o papel da ciência aplicada na transformação das políticas de saúde. “Produzir evidências sólidas é fundamental para orientar decisões e aprimorar serviços. A FAPEMA desempenha um papel determinante ao garantir que estudos como este se concretizem e tenham impacto real na vida da população”, pontua.

Os achados do estudo contribuem para uma compreensão mais profunda das condições de saúde bucal entre PVHIV no estado e apontam caminhos para políticas públicas mais equitativas, ampliando o acesso ao cuidado odontológico e reduzindo desigualdades. As evidências produzidas deverão orientar gestores, profissionais e serviços na construção de estratégias mais eficazes e humanizadas. Compromisso que dialoga diretamente com o espírito do Dezembro Vermelho, mês dedicado à prevenção do HIV/AIDS e de outras infecções sexualmente transmissíveis.
O Governo do Maranhão, por meio da FAPEMA, reafirma com iniciativas como essa, seu compromisso com a ciência, com o fortalecimento do SUS e com a promoção de políticas de saúde baseadas em evidências, aproximando a pesquisa das reais necessidades da população maranhense.