Pesquisa aponta que prevalência de queda de idosos chega a 44% em São Luís

VELHA EMANOEL
Por Ivanildo Santos 1 de outubro de 2013

VELHA EMANOELDe acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a PNAD, realizada pelo IBGE, 34% da população maranhense tem mais de 60 anos, ou seja, são idosos. Este número, por si só, não é garantia de que a essa parcela da população tenha seus direitos adquiridos. Mas durante toda a semana, os idosos estão sendo lembrados pelas comemorações alusivas ao Dia Internacional do Idoso, neste 1º de outubro.

Ano a ano, os especialistas em saúde tem se preocupado com a melhoria do bem estar e da qualidade de vida daqueles que estão na terceira idade. Contudo, o Brasil vem apresentando um problema em dimensão de epidemia: as quedas e suas consequências para as pessoas idosas.

A queda em idosos pode causar sérios prejuízos à qualidade de vida desse grupo populacional, podendo acarretar em imobilidade e dependência dos familiares. De acordo com o Ministério da Saúde, as quedas são responsáveis por 7 em cada 10 mortes acidentais de pessoas com mais de 75 anos e representam a sexta causa de óbito para quem tem mais de 60 anos.

Em São Luís, para monitorar essa realidade está sendo desenvolvida uma pesquisa que realiza o “Estudo epidemiológico para traçar o perfil da funcionalidade e propensão a quedas na população idosa”. O projeto é coordenado pela professora doutora Rosane Silva Dias do Núcleo de Pesquisa em Reabilitação Funcional – NUPERF, da Universidade Ceuma.

O projeto foi iniciado em novembro do ano passado e tem como objetivo descobrir os fatores que podem influenciar na ocorrência de quedas e, a partir daí, planejar atividades preventivas e de promoção da saúde. “Nosso objetivo primeiramente é conhecer a realidade das quedas em São Luís e depois abordar o idoso como um todo, ou seja, tanto em aspectos físicos como também ambiental, já que a maioria das vezes a queda ocorre dentro da própria casa”, esclareceu Rosane.

Na capital maranhense, a prevalência de quedas é superior à média nacional. Em todo o país, a ocorrência média de quedas chegou a 35% no último ano. Em São Luís, nos últimos dois anos, a prevalência foi de 44%, sendo maior entre as mulheres. Um dos motivos apontados é que, por aqui, a terceira idade ainda não tem o hábito de realizar atividades físicas regulares, o equilíbrio postural, no entanto, é o fator que mais chama atenção quando o assunto é a queda. Quatrocentos idosos foram abordados durante essa fase da pesquisa.

A amostragem foi realizada em sete distritos sanitários da capital maranhense, onde foram selecionados aleatoriamente os bairros. A intenção era abranger qualquer pessoa maior de 60 anos, com um estado cognitivo que o permitisse interagir com os pesquisadores. “Mas tivemos dificuldades, como o deslocamento, já que abordamos os idosos em seus domicílios. O acesso a idosos que residiam na área nobre foi muito difícil e praticamente não conseguimos abordar idosos dessa classe social”, lamentou.

A pesquisa foi contemplada pelo edital Universal da Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA. “Nosso planejamento quer implantar programas de prevenção nas diferentes unidades de atendimento a saúde da cidade, já apresentamos outros projetos à FAPEMA e em caso de aprovação gerará grandes benefícios à nossa população. Hoje, sem o apoio da FAPEMA não estaríamos desenvolvendo pesquisa científica de qualidade no estado”, elogiou.

Os resultados da primeira etapa devem ser divulgados durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, neste mês de outubro, mas o projeto será finalizado apenas em 2014.