Pesquisa contemplada no PRONEX estuda processo de cristalização dos biocombustíveis
Os cientistas já comprovaram que os biocombustíveis são mais ecologicamente corretos, porque, além de serem uma fonte renovável de energia, eles poluem menos. Mas existe um aspecto que intriga os pesquisadores. Os biocombustíveis congelam quando estão em baixas temperaturas. Em alguns casos, formam cristais de gelo com cinco graus Celsius. A melhoria de suas propriedades de fluxo a baixas temperaturas ainda é um dos principais desafios em sua utilização como um combustível alternativo ao diesel convencional. Mas, pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA – Campus Imperatriz), coordenados pelo Pós-Doutor em Física, Adenilson Oliveira dos Santos, estão buscando uma solução para esse problema.
Os pesquisadores tentam entender todo o processo de cristalização dos biocombustíveis, buscando saber como e por que congelam. “O problema disso é que esses cristais se fundem uns aos outros e formam grandes aglomerados que podem restringir ou impedir o fluxo livre dos combustíveis nas tubulações e filtros dos automóveis, causando problemas no desempenho e danificando o motor do carro. O nosso objetivo é identificar aditivos que inibam esse congelamento do biodiesel, mas primeiro será preciso saber quais são as propriedades dele em temperaturas baixas, em lugares que atingem baixas temperaturas, como o sul do Brasil e a Europa, por exemplo. Caracterizando isso, você irá à outra etapa do estudo, que é inibir a cristalização”, analisou Santos.
O pesquisador destaca também as vantagens da produção do biodiesel em relação aos derivados do petróleo e aponta os setores social, econômico e ambiental como os principais beneficiados. “A vantagem do biodiesel em relação ao diesel comum é que ele é uma fonte renovável de energia, não poluente e ainda tem o benefício de empregar um número maior de pessoas na cultura das oleaginosas durante seu processo produtivo”, ratificou.
O projeto recebeu financiamento do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência – PRONEX, da FAPEMA em parceria com o CNPq. Com o recurso será comprado um equipamento holandês de aproximadamente 300 mil reais, chamado Empyrean, importante para estudar sistemas em baixa temperatura.
Aos pesquisadores interessados, o edital PRONEX está aberto na página da Fundação (leia aqui) e recebe propostas online até o dia 1º de julho.