Professora da UFMA participa da Conferência da Royal Anthropological Institute em Londres
Com o projeto “Intercâmbio de práticas vernaculares e produção de conhecimento entre grupos artesanais da Baixada Maranhense e Alcântara – MA”, apoiado pela Fapema, por meio do edital “Tecnologias Sociais”, a docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Design da Universidade Federal do Maranhão, Raquel Gomes Noronha, participa, de 01 a 03 de junho, no British Museum, em Londres, da Conferência da RAI – Royal Anthropological Institute, que tem como tema “Art, Materiality and Representation”.
A apresentação dos resultados do projeto de pesquisa acontece no “Painel 62 – Design Anthropology: Uniting e experience and imagination in the midst of social and material transformation”, organizado pelo designer e antropólogo Mike Anusas, da Universidade de Edimburgo, e tem como debatedor o antropólogo Tim Ingold.
Finalizado em 2017, o projeto apresenta como objetivo promover o encontro de grupos produtivos de artesanato tradicional, com vistas à troca de saberes tradicionais, na região de Alcântara e Baixada Maranhense. De acordo com a professora Raquel Noronha, nesses esses encontros, os próprios artesãos, com mediação de designers, puderam trocar experiências e saberes, implementando melhorias a partir da experiência de intercâmbio com outros grupos. “Participaram, entre outros, as mulheres de Itamatatiua e as Anas das Louças, com a produção cerâmica; a comunidade Gamella de Viana e os artesãos de São Raimundo, em Alcântara, com a produção de artefatos de fibras de guarimã”, afirma.
A professora explica também que o trabalho surgiu a partir de experiências anteriores, quando foram percebidos que muitos entraves nas cadeias produtivas poderiam ser resolvidos entre os próprios grupos, a partir de tecnologias sociais compartilhadas. “O projeto também traz a proposta de reflexão teórica sobre o processo de codesign e design por meio da antropologia, e como esse papel de mediação do designer nestes processos sociais promovem autonomia, autoconfiança e autoestima”, explica.
E ainda, segundo ela, o apoio da Fapema foi fundamental para o desenvolvimento do projeto, a começar pelo próprio edital, que valoriza os saberes não acadêmicos a partir do conceito de Tecnologias Sociais. “A Fundação tem sido incansável em entender o contexto maranhense e assim construir editais de fomento direcionados a esta realidade. Assim, foi possível propor e desenvolver um projeto como esse, que traz o conhecimento vernacular como o ponto de partida e de chegada da construção do conhecimento acadêmico, para além da dicotomia”, conclui.