Série “Mulheres de Ciência” para reverenciar o 8 de março, Dia Internacional das Mulheres

Por Leidyane Ramos 5 de março de 2018

Larissa Leda Fonseca Rocha

Doutora em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), mestre em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Especialista em Docência do Ensino Superior pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e jornalista pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Professora Adjunta do Departamento de Comunicação Social da (UFMA). Coordenadora do Núcleo de Pesquisa Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação – ObEEC (UFMA) e membro do Núcleo de Pesquisa Comunicação Midiática e Institucional (UFMA). Autora do livro “Diluindo Fronteiras: hibridizações entre o real e o ficcional na narrativa da telenovela” (EDUFMA, 2011). Editora da revista Cambiassu, do Departamento de Comunicação Social da UFMA. Coordenadora do projeto de pesquisa “As Heranças dos modos de contar: sobre matrizes culturais na conformação das narrativas das telenovelas brasileiras”financiado pelo EDITAL FAPEMA Nº 40/2014 UNIVERSAL da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).

“O papel das mulheres nas ciências reproduz as relações de poder do resto da sociedade. O campo científico é um campo de disputa de poder e é esperado que lá as tensões de gênero sejam observadas. O feminismo, uma arma de luta política, também pode ser observado – e é salutar que o seja – no campo científico. Veja, não há sociedade livre, democrática e igualitária sem a participação política, econômica, intelectual das mulheres, sob pena de apenas reproduzirmos as velhas estruturas patriarcais, nas quais o que uma mulher fala tem pouco valor. É redundante falar que as mulheres têm a contribuir para a ciência. Fatos comprovam isso com tranquilidade. O que precisa ser respeitado são as escolhas femininas, é o lugar das mulheres naquelas áreas de reprodução do conhecimento comumente dominada por homens, como as áreas das ciências exatas, por exemplo. Homens não têm mais aptidão intelectual para cálculos, a habilidade de raciocínio lógico e matemático não é uma habilidade de gênero. Isso é um caso muito claro de atribuições culturais de gênero que são assumidas como verdade social sem serem questionadas em sua ‘naturalidade’. Não há nada de natural nisso! É preciso que a gente sempre questione esse ‘natural’. Penso que um caminho importante é ensinar o respeito entre os gêneros nas escolas e estimular crianças, independente do seu gênero, àquelas habilidades intelectuais que elas apresentam. Talvez, então, a gente consiga, como sociedade, terminar com certas divisões de áreas do conhecimento que prejudicam não só as mulheres, mas homens também. Ou seja, nós, como corpo social. Essas divisões são fáceis de ver: homens são médicos e mulheres enfermeiras, mulheres são pedagogas, homens são engenheiros, homens são matemáticos e mulheres são professoras de português. O machismo é um mal insidioso e uma de suas armas é nos fazer acreditar que as coisas ‘são assim’. A sociedade é como a construímos, ela é nossa responsabilidade”.