Brasil e Índia analisam cooperação científica e tecnológica
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, presidiu ontem (21) a 1ª Reunião do Conselho Científico Brasi-Índia na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro. Este foi o quinto encontro no âmbito do acordo de cooperação bilateral entre os dois países.
Entre os itens da pauta esteve a discussão em torno da aplicação de R$ 1,5 milhão em uma encomenda para desenvolvimento em pesquisas nas ciências de materiais e engenharia, biomédicas e biotecnologia, físicas e matemática, computação, oceanografia e bioenergia.
Além disso, debateu-se detalhes para a realização de cinco workshops nos dois países. O Conselho foi criado com o objetivo de se estabelecer canal de comunicação de alto nível, com vistas a subsidiar os respectivos ministros de Ciência e Tecnologia, de Brasil e Índia, sobre programas bilaterais que promovam maior benefício mútuo.
O andamento dos entendimentos entre Brasil e Índia, que foram debatidos ontem mostra que ambos países, pela similaridade, pelos interesses e prioridades, reúnem todas as condições para construir uma cooperação ainda mais produtiva e com mais resultados.
A India interessa muito o avanço e o conhecimento alcançado pelo Brasil na área da saúde, principalmente nas pesquisas desenvolvidas em doenças endêmicas e contagiosas como tuberculose, Aids e malária, por exemplo. Enquanto que o Brasil pretende agregar os conhecimentos já acumulados pela Índia no campo da computação, segmento cujo incremento está contemplado no Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação (2007-2010), coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Em 1985, foi assinado o Acordo sobre Cooperação nos Campos da Ciência e Tecnologia entre os dois países, porém, essa medida só entrou em vigor em 1990. Seis anos depois, foi assinada a Declaração Conjunta sobre a Agenda Brasil-Índia para Cooperação Científica e Tecnológica. Em junho de 2006, também no Rio de Janeiro, foram estabelecidas as áreas temáticas para cooperação que são: química, pesquisas climáticas, ciências marítimas, matemática, física, energias renováveis e sustentáveis, espacial e parceria em pesquisa industrial.
Em janeiro de 2008, houve reunião de cientistas indianos e brasileiros, na qual se elaborou três grandes projetos binacionais, com duração prevista de três anos e alocação de recursos da ordem de US$ 630 mil para cada lado, sobre o tema de Doenças Infecciosas. Já foi aprovado o apoio de R$ 400 mil para este ano e, a princípio, o mesmo valor para 2010.
Também participaram da reunião por parte do Brasil o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis (ABC), Eloi Souza Garcia do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), Virgilio Augusto Fernandes, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Davidovih, daUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Pereira de Lucena, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Henrique Eisi Toma, da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Nobre, do Inastituto Nacional de Pesquisas Esapciais (Inpe/MCT) e Paulo de Goes.
Pelo indianos estiveram entre outros C.N. Rao, do Centro de Excelência em Química; A.K. Sood, Instituto de Ciência da Índica, e Deepa Khushalani, do departamento de Ciências Químicas do Instituto Tata de Pesquisas Fundamentais.