Capacidade de levedura impulssiona a produção de etanol

Capacidade de levedura impulssiona a produção de etanol
outubro 13 11:28 2009

Cientistas do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, em parceria com o pesquisador Juan Argueso, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, concluíram o sequenciamento genético da levedura Saccharomyces cerevisiae, também conhecida como Pedra 2, que responde por 30% da produção do etanol no Brasil. O mapeamento do genoma fez com que os cientistas decifrassem um mecanismo dos micro-organismos, que faz com que eles se adaptem às condições contrárias durante o processo de fermentação, por exemplo altas temperaturas e substâncias químicas presentes no mosto.levedura_etanol

O estudo rendeu destaque na edição de outubro da revista Genome Research, mundialmente conceituada na área. Gonçalo Pereira, professor e cientista da Unicamp, e um dos autores do trabalho, afirmou em nota oficial: “Essa descoberta abre enormes perspectivas para que manipulemos essa levedura por meio da engenharia genética, para torná-la ainda mais eficiente para a produção de álcool ou mesmo programá-la para gerar outros tipos de produtos, como o plástico”.

Durante a pesquisa, realizada em boa parte no Laboratório de Genômica e Expressão, que é vinculado ao IB, foram indentificadas diferenças em relação aos organismos da Pedra 2. A levedura tem variabilidade entre seus 16 cromossomos, enquanto as outas possuem seus cromossomos iguais. “Quanto mais homogêneo é um organismo, menor a capacidade que ele tem de resistir às mudanças ambientais e a outros tipos de estresse,” explica Pereira. Simplificando, a levedura desenvolveu a capacidade de ampliar o número de genes que lhe são benéficos e reduzir os que não lhe interessam.

Segundo Gonçalo, a Saccharomyces cerevisiae é capaz de alterar seus metabolismos, de acordo com sua necessidade. Os estudos vão continuar, para que os cientistas entendam esse mecanismo de transformação. “Nossa missão é domesticar esse micro-organismo e reprogramá-lo de forma eficiente,” contou o professor.