Estudo investiga frequência de caravelas em praias de São Luís e sua relação com os acidentes envolvendo banhistas

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Por Ivanildo Santos 28 de janeiro de 2014

1379372241742É comum ouvirmos casos de acidentes nas praias de São Luís envolvendo banhistas, principalmente crianças, devido ao contato com os cnidários Physalia physalis, popularmente conhecidos como caravelas ou águas-vivas. Preocupado com essa situação, o professor Dr. Jorge Luiz Nunes, do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão (CCAA/UFMA), está coordenando o projeto “Physalia” (Caravelas), que tem como objetivo determinar qual o período do ano é mais frequente a presença dessas espécies em praias urbanas de São Luís (São Marcos e Calhau), associando-os com os acidentes em banhistas.

Sobre a importância da pesquisa, que conta com o apoio da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, o pesquisador afirma que “está em conhecer melhor a biologia da espécie e os principais motivos que acarretam em acidentes, para que assim possamos traçar estratégias preventivas de ocorrências com esses animais em São Luís”.

O estudo teve início em 2005 e os resultados preliminares já foram apresentados em Congressos e Simpósios na área biológica. “Recentemente publicamos um capítulo sobre o assunto no livro Biodiversidade da Ilha do Maranhão e estamos concluindo outro livro infantil que também aborda o tema”, comemora Jorge Nunes, que é doutor em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2008) e professor Adjunto III da UFMA

Em 2012, o grupo de pesquisa do professor Jorge Nunes realizou diversas palestras sobre acidentes com caravelas em escolas públicas e privadas de São Luís e na Semana de Ciência e Tecnologia. Também ofereceu capacitação aos Guarda-Vidas do Grupamento de Bombeiros Marítimos do Maranhão – GBMar. Além do professor Jorge Nunes, fazem parte do projeto o médico dermatologista e professor da UNESP, Dr. Vidal Haddad Júnior, e as enfermeiras e Denise Maria Ramalho Ferreira Bastos (bióloga e mestranda em Saúde e Ambiente da UFMA) e Mayana Mendes Luana. A equipe técnica é composta ainda por Ana Kate, Brenda Izídio, Aline Duarte, Thamires, Naiane Cantanhede e Carlos Ribeiro – estudantes dos cursos de Biologia e Oceanografia da UFMA.

Resultados

De acordo com Jorge Nunes, o resultado final do projeto “Physalia” será apresentado em uma dissertação da pesquisadora Denise Bastos, a ser defendida em abril deste ano no mestrado em Saúde e Ambiente da UFMA. No entanto, alguns pontos já podem ser destacados no estudo. Um deles é o que aponta a grande influência dos ventos e condições climáticas para o aparecimento de caravelas em nossas praias. O outro é a predominância de crianças sendo acidentadas por caravelas, principalmente durante os meses de dezembro-janeiro e julho-agosto-setembro.