Fapema e Rede de Pesquisa em Malária da UFMA dão o primeiro passo para o combate a malária no Maranhão
A Malária é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles. A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. Somente no ano de 2008, foram contabilizados 306.347 casos da doença no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a Região Norte foi a que registrou o maior índice de pessoas portadoras de malária, 297.210; seguido do Nordeste, 4.765; Centro-Oeste, 3.964; Sudeste, 391; e Sul, 107. No entanto, entre os anos de 2000 a 2007, o governo federal economizou R$ 6,8 milhões com a redução do número de internações por malária.
E para tentar dimunuir ainda mais esse número no país, representantes da Rede de Pesquisa em Malária da Universidade Federal do Maranhão, UFMA, se reuniram nesta terça-feira, 19, com a direitora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão, FAPEMA, Rosane Guerra e definiram que o Estado apresentará um projeto que irá contemplar o estudo clínico, epidemiológico e molecular do Plasmodium da malária. O estudo vai contar com a participação de vários pesquisadores maranhenses que desenvolverão trabalhos em associação com pesquisadores de São Paulo, Amapá e Pará.
A reunião contou com a participação do coordenador da Rede Malária UFMA, Antônio Rafael da Silva e dos membros da rede: Eloisa da Graça Gonçalves ,Valeria Cristina Pinheiro, Valeiro Monteiro ,Camilo Raposo, Istvan Dersen Vargas e Silma Pinheiro.
A Rede de Pesquisa em Malária é uma iniciativa das Fundações de Amparo a Pesquisa (FAPs) do país em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Saúde. Esta parceria propõe que vários estados brasileiros trabalhem em rede com o objetivo de fortalecer pesquisas e contribuir com a erradicação da malária e um melhor conhecimento da dinâmica da doença no país. O CNPq e o Ministério da Saúde, em parceria com as fundações de amparo à pesquisa dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro São Paulo e Maranhão, vão investir cerca de R$ 15 milhões no desenvolvimento de vacinas e no mapeamento genético dos vetores da doença.
Entre os temas que serão tratados pela Rede estão: estudos sobre a biologia, ecologia e controle de vetores potenciais da malária; biomarcadores para avaliar susceptibilidade e resistência à infecção malárica no hospedeiro humano; vacinas com ênfase em ensaios pré-clínicos, novas tecnologias e melhoramento dos modelos; caracterização molecular das populações de parasitos circulantes no hospedeiro vertebrado e no vetor; quimioterapia antimalárica; estudo clínico-epidemiológico; diagnóstico.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, três espécies estão associadas à malária em seres humanos. Os transmissores da doença são os mosquitos do gênero Anopheles. Além de desencadear acessos periódicos de febres intensas que desabilitam o doente, a doença provoca lesões no fígado, no baço e em outros órgãos.
Os principais sintomas da malária são calafrios, febre alta, dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios. De acordo com o Ministério da Saúde, se a doença não for tratata a tempo, o paciente pode desenvolver a chamada malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença.
Núcleo de Difusão Científica