Febrace promove interação entre estudantes de escolas públicas e privadas

Febrace promove interação entre estudantes de escolas públicas e privadas
março 08 11:58 2010

Estudantes de escolas públicas e privadas têm encontro marcado de amanhã (9 ) a quinta-feira (11), na 8ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) promovida anualmente pela Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).

A feira, que tem o caráter de estimular os jovens por novas vocações em ciências e engenharia por meio do desenvolvimento de projetos criativos e inovadores, objetiva ainda promover a interação entre alunos, professores e funcionários das instituições participantes. Neste sentido, a intenção é fazê-los compreender sobre os papéis desempenhados pelas universidades em ensino, pesquisa, cultura e extensão.

No total, serão expostos 280 projetos, de várias áreas do conhecimento, desenvolvidos por estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todas as regiões do País. Entre eles estão soluções para problemas comuns enfrentados no dia-febracea-dia.

Este ano, dos projetos finalistas, 32 são da região Norte, 69 da Nordeste, 123 da Sudeste, 15 da Centro-Oeste e 41 da região Sul. Ao todo, foram submetidos para avaliação, 1,2 mil projetos, que passaram pelas mãos de 140 mestres e doutores voluntários de várias instituições e áreas das ciências.

De acordo com a coordenadora geral da feira, Roseli de Deus Lopes, a cada ano, o processo de seleção e avaliação dos projetos inscritos é melhorado. “Os 145 avaliadores trabalharam intensamente nos projetos deste ano e se declararam satisfeitos com o significativo aumento de qualidade dos projetos submetidos. Agora, na feira, teremos a oportunidade de conhecer e aprender mais com estes jovens protagonistas em ciência e engenharia”, disse.

Projetos

Quem visitar a Febrace 2010, conhecerá, entre outros projetos, o kit anti-adulteração, desenvolvido por três estudantes de São Caetano do Sul, em São Paulo. Em função do dilema do combustível adulterado, os jovens estudantes projetaram um sistema pelo qual o próprio motorista pode verificar se a gasolina comercializada no posto atende às especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Pelo projeto, basta injetar uma mostra de 100 ml de gasolina em um tubo, instalado ao lado do pino de trava da porta do automóvel. E em poucos segundos, o sistema acusa, em um display de LCD instalado no painel do carro, se o combustível está adulterado e qual a porcentagem de mistura ilegal. O sistema tem sensores de luminosidade, que verificam a variação de cor da gasolina de acordo com o nível de adulteração.

Os motoristas, que querem mais facilidade ao estacionar seus veículos, também poderão usufruir do mundo da tecnologia. Se o projeto de dois estudantes do Maranhão for adotado por uma empresa, motoristas terão menos trabalho na hora de calcular a distância entre o veículo e a calçada. Para ajudar os motoristas nesta tarefa, de modo que eles possam estacionar o carro a uma distância de 30 centímetros do passeio público, conforme estabelece o Código Brasileiro de Trânsito, os estudantes criaram um sistema composto por sensores, que ficam instalados na lateral do carro.

Meio ambiente

Outro destaque da feira é a quantidade de projetos relacionados ao meio ambiente. Cerca de um terço das propostas dizem respeito à área. Em um deles, o óleo de cozinha, por exemplo, virou biodiesel e sabonete; em outro, o lixo tecnológico foi transformado em robô; e a argila e a fécula de mandioca serviram de base para um carvão menos poluente.

Até hoje, o reaproveitamento caseiro de óleo de cozinha, limitou-se, na maioria dos casos, à produção de sabão feito com soda – uma substância que funciona bem para lavar roupas, mas que tem a desvantagem de ser muito abrasiva e ressecar a pele. Um grupo de estudantes de Ceres, em Goiás, desenvolveu um processo que possibilita obter do óleo de cozinha dois subprodutos de maior valor agregado: sabonete, com essências e corantes naturais, e biodiesel, que pode ser usado, por exemplo, como combustível para lamparina.

A mostra de projetos da Febrace 2010 pode ser vista das 14h às 19h, na tenda de eventos da Poli na Cidade Universitária, na Av. Prof. Luciano Gualberto, 3, travessa 3, Butantã, em São Paulo. A entrada é franca. Confira todos os projetos que estarão na Febrace no site www.febrace.org.br