Fitoterápico pode ajudar melhorar vida da população do Baixo Parnaíba
Projeto apoiado pela Fapema pode ajudar a combater um inimigo conhecido dos produtores rurais do Estado do Maranhão: o carrapato.
O foco central da pesquisa desenvolvida pelo professor Lívio Martins, do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão (CCAA/UFMA), é a criação de um fitoterápico para controle de carrapato dos bovinos e dos cães.
A seleção das plantas para a produção do medicamento é feita na reserva extrativista Chapada Limpa, localizada no município de Chapadinha – MA, há 250 quilômetros da capital São Luís.
De acordo com o professor Lívio, um dos objetivos do projeto é garantir a certificação e a comercialização dos produtos pela comunidade, produzidos a partir de plantas como cujuba, sapucaia e sapucarana.
“Sabendo que a planta pesquisada tem eficiência sobre o carrapato, a idéia é retornar à comunidade e garantir que ela possa futuramente produzir e explorar essa planta comercialmente”, explicou o pesquisador.
Além da viabilidade econômica, o estudo Fitoterápico Contra Carrapatos pode trazer outros benefícios à população.
Uma delas seria a diminuição de produtos químicos no tratamento dos animais, o que reduziria a contaminação de alimentos como a carne e o leite.
“É muito comum ver produtores tratando os animais e retirando o leite, o que provoca contaminação direta. Isso está associado indiretamente ao aumento do câncer e doenças degenerativas em geral. Então, diminuindo a utilização desses produtos, temos um menor resíduo na carne e no leite”, garante o professor Dr. Lívio Martins.
Várias instituições do Brasil e do exterior colaboram com o projeto Fitoterápico Contra Carrapatos.
Além de pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), participam professores da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e alunos bolsistas de iniciação científica de mestrado e doutorado.
Os resultados desse trabalho já foram apresentados em congressos internacionais na Argentina, Canadá e na China. A próxima apresentação será na Espanha.
Além da seleção das plantas da região do Baixo Parnaíba, os pesquisadores têm selecionado outras plantas nativas do nordeste.
“Estamos fazendo um depósito de patente com algumas plantas que apresentam um grau de desenvolvimento relativamente bom, com concentração letal baixa”, informou Lívio Martins.