Fitoterápicos são analisados como estimulantes na produção de leite materno

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Por Ivanildo Santos 26 de agosto de 2013

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O leite materno é rico em nutrientes e protege a criança de vários tipos de doenças. Esse gesto aumenta a imunidade do bebê e o vínculo afetivo entre a mãe e o filho. Entretanto, nem todas as mães estão em condições de amamentar seus filhos, devido a pouca produção de leite. Essa situação faz com que mulheres recorram ao saber popular e busquem alternativas como fitoterápicos e outras substâncias para resolver o problema.

Uma pesquisa investiga o uso dessas plantas medicinais que atuam no auxílio à lactação, verificando se o que foi ensinado tem mesmo o efeito indicado, além de observar quais são as influências no leite materno.

Embora o estudo a respeito de drogas na lactação tenha sido ampliado, os efeitos colaterais para as crianças amamentadas ainda não são muito conhecidos. Por isso, a pesquisa busca validar a informação do uso popular de substâncias que ajudam no aumento da produção de leite materno. Esse trabalho é desenvolvido por Maria do Socorro de Sousa Cartágenes, doutora em farmacologia e professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Essa pesquisa recebeu recursos financeiros da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, por meio do edital de apoio a projetos de extensão – AEXT.

A primeira parte da análise começou com uma entrevista para saber o que a população usa para aumentar a produção do leite durante o período de amamentação e depois fazer testes em laboratório do material citado para confirmar as informações. “Consiste na mãe que visita o banco de leite do hospital Materno Infantil 9em São Luís) saber se ela utiliza alguma outra substância para aumentar a produção de leite e após isso a gente quantifica essas entrevistas e vê qual é a substância mais usada e em seguida vamos para o laboratório da farmacologia avaliar isso experimentalmente em ratas”, explicou Socorro Cartágenes.

Segundo a pesquisadora, algumas mães apresentam dificuldade de amamentar por causa de vários fatores, como o período hormonal e estresse pós-parto, que interfere efetivamente nessa produção hormonal para produzir leite. Dentre as principais substâncias mencionadas, as entrevistadas citaram como estimulante do leite materno o algodão e a cana de açúcar. “É o uso popular que está sendo validado cientificamente. É muito comum ver alguém indicar para uma gestante, caso tenha algum problema de amamentação, tomar suco de cana, garapa. Mas isso precisa ser validado. A população faz o chá ou extrai o sumo direto da planta, como é caso da garapa com adição de água, relatou.”

Cartágenes falou ainda que o risco de tomar um remédio natural pode existir durante o período de amamentação. “Queremos desmistificar para sociedade o mito só porque é natural não faz mal. Se é natural ele tem o potencial de causar alguma interação com outro fármaco que esteja sendo utilizado, por isso que a nossa proposta é validar toxicologicamente esse uso, embora a população use, mas a gente não sabe se no organismo novo pode sofrer algum dano, por exemplo, uma criança não tem o sistema hepático bem desenvolvido e é isso que a gente quer validar se há algum risco, corre alguma alteração do leite produzido sob o efeito do uso da garapa”, afirmou.