Governo busca construir agenda de financiamento para parques tecnológicos

Governo busca construir agenda de financiamento para parques tecnológicos
outubro 16 15:54 2013

15 foto01Representantes das principais agências de fomento a inovação do Brasil afirmaram que o governo trabalha para criar um agenda de financiamento para parques tecnológicos e incubadoras. Membros da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participaram do workshop da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), no Recife (PE).

Representantes de agências de fomento se reúnem em workshop da Anprotec, no Porto Digital (foto), no Recife (PE). Foto: Divulgação/AnprotecDe acordo com o coordenador geral de serviços tecnológicos do MCTI, Jorge Mario Campagnolo, o ministério organizou um documento para mostrar que o investimento em parques tecnológicos e incubadoras gera lucros. “Para cada R$ 1 de recursos do governo federal os parques obtêm R$ 3,64 de outras fontes”, adiantou Campagnolo durante o workshop da Anprotec que é uma das atividades que antecedem o 23º Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas.

A publicação será lançada nesta terça-feira (15) pelo ministro da CT&I, Marco Antonio Raupp, na abertura oficial do seminário promovido pela Anprotec. Dados do MCTI mostram que entre 2002 e 2012 a pasta investiu R$ 335,4 milhões. No entanto, esses recursos não foram aplicados de forma contínua.

A principal ferramenta do MCTI de apoio a atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), mantido por fundos setoriais. No entanto, como não há um fundo setoriais para parques tecnólogicos e incubadoras não há recursos diretos para esses setores. “Como não temos um fundo setorial de parques e incubadoras nós trabalhamos com ações transversais para atrair esses recursos. O estudo mostrará que há retorno da aplicação e queremos com isso recursos regulares”, destacou.

Na opinião do chefe do Departamento de Operações de Subvenção da Finep, Marcelo Camargo, essa irregularidade no fomento faz com que haja parques e incubadoras se candidatando sem preparação a editais nos quais não se encaixam como beneficiados. “Os gestores não sabem quando será lançada a chamada específica e como ela funciona. Quando aparece o edital correto eles não se preparam adequadamente e entram na concorrência com projetos mal elaborados”, destacou Camargo.

As principais falhas nas propostas de apoio estão no plano de negócios para atrair empresas, no detalhamento da sustentabilidade financeira e no envolvimento dos atores locais no projeto. “É preciso que o parque tecnológico esteja envolvido com as vocações da cidade e do município. Além disso, para um projeto ser apoiado é necessário estar claro como eles vão se manter após o recurso acabar. Um parque não pode sobreviver só com recursos federais”, disse Camargo.
Em setembro, a Finep lançou o edital de apoio a parques tecnológicos. A chamada ofereceu, no total, R$ 640 milhões. Foram recebidas 86 propostas para o financiamento não reembolsável. Essa linha destina R$ 90 milhões a parques em implantação ou em operação. A demanda superou em seis vezes o valor oferecido. Essa procura sinaliza ao governo que há muito para crescer no que se refere à oferta de recursos para esses ambientes inovadores.

No Brasil há 385 incubadoras de empresas com 2.640 empresas incubadas gerando cerca de 30 mil empregos. Elas faturam por ano US$ 266 milhões. De acordo com a Anprotec, há 94 iniciativas de parques tecnológicos em todo o País, sendo que 28 estão em operação. Nesses ambientes há 939 empresas com 32.237 funcionários no total.

Demanda Exógena
O chefe do Departamento de Operações de Subvenção da Finep, Marcelo Camargo, enumerou os principais desafios para os parques tecnológicos e incubadoras de empresas. Além de serem criados mecanismos regulares de investimentos, Camargo listou a articulação dos parques com os planos diretores das cidades, as estratégias para a mobilização da iniciativa privada e o aprimoramento do modelo de gestão de parques.

“Devemos aproveitar eventos como o workshop e o seminário para colocar essas demandas como uma prioridade cinco estrelas. São demandas tanto para o gestores quanto para os governos estaduais e municipais e federal”, destacou.