Governo inaugura Biblioteca Maria da Penha

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Por Ivanildo Santos 29 de maio de 2013

DSC 1425Foi inaugurada nesta quarta-feira (29), em duas solenidades, pelo Governo do Estado a Biblioteca Maria da Penha. Pela manhã houve uma conferência aberta ao público no auditório da Assembleia Legislativa do Maranhão e à tarde na Secretaria de Estado da Mulher – SEMU houve sessão de autógrafos da escritora Maria da Penha, símbolo do movimento contra a violência doméstica e que dá nome à biblioteca pública.

Parte do acervo da biblioteca é formado por livros doados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA. São publicações de pesquisadores maranhenses contemplados pelo edital APUB, que destina recursos financeiros para a confecção de trabalhos científicos impressos. Ao todo foram 26 títulos, todos com as questões de gênero como foco. “Ficamos muito felizes por contribuir com a Biblioteca Maria da Penha, uma iniciativa pioneira que provoca maior escala da pesquisa de gênero em nosso estado”, destacou a diretora presidente da FAPEMA, Rosane Nassar Meireles Guerra.

Estavam no evento a secretária de estado da Cultura, Olga Simão, representando a Governadora Roseana Sarney; a diretora presidente da FAPEMA, Rosane Guerra; a delegada geral do Estado, Maria Cristina Rezende; a articuladora da rede nacional de religiões afrobrasileiras, Luzimar Brandão; a secretaria adjunta da Mulher, Crisalis Fonseca; a subcorregedora geral do Estado, Mariana Albano de Almeida; e a coordenadora do disque-denúncia, Ellen Araújo, entre outras autoridades.

“A presença da Maria da Penha e a inauguração da biblioteca são marcas do compromisso do Governo do Estado com as políticas de gênero, e mais que isso, da determinação em combater a violência contra a mulher”, comentou a secretária de estado da Cultura, Olga Simão, que ainda frisou o papel da FAPEMA na digitalização do acervo público de obras raras através do edital de Apoio ao Programa de Acervos Documentais – ADOC.

Na plateia, além da comunidade em geral, estiveram presentes representantes de organizações civis que atuam na defesa dos direitos da mulher, como o Projeto RAABE e o Goodlywood Brasil.

A juíza Sônia Amaral, do 7º Juizado Cível das Relações de Consumo de São Luis, ministrou a palestra “A questão da violência de gênero e a legislação penal – das Ordenações portuguesas ao Código Civil de 2002”, onde delineia toda a evolução legal dos direitos da mulher na sociedade brasileira. “A mulher deixou de ser propriedade do homem, mas isso é recente e em muito tem a ver com a inserção no trabalho fora do lar, no período das Grandes Guerras”, explicou a juíza.

Logo após, a escritora cearense Maria da Penha falou aos presentes sobre sua história de vida e os sentimentos da mulher vítima de violência. “A mulher nunca vai à delegacia logo na primeira agressão. É da nossa natureza procurar soluções para manter a família unida”, ressaltou a escritora que sofreu duas tentativas de assassinato pelo marido em 1993. “Hoje faz exatos 30 anos que acordei com um tiro, muito foi conseguido, mas ainda há muito pelo que lutar”, completou.

Durante a tarde houve sessão de autógrafos com Maria da Penha na Secretaria de Estado da Mulher e as portas da nova biblioteca foram abertas a população. “Somos a primeira biblioteca no Brasil voltada ao estudo de gênero e nada mais sensato que dar o nome da Maria da Penha a ela, que representa a mulher brasileira em vários aspectos” comentou a secretária Catharina Bacelar.