Grupo cria ciborgue detector de cheiro

ran-xenopuslaevis
Por Ivanildo Santos 27 de agosto de 2010

ran-xenopuslaevisCientistas japoneses modificaram geneticamente os óvulos de uma rã para que fossem capazes de detectar odores com alta precisão. Mais ainda, eles conectaram as células vivas a um robô, demonstrando a viabilidade de se fabricar um sensor de cheiros ciborgue. A equipe queria desenvolver um “nariz artificial” portátil, sensível (que detecte odor mesmo em baixas concentrações) e seletivo (que não confunda um cheiro com outro).

Embora outros tipos de detectores de odor já tenham sido desenvolvidos, “narizes” à base de semicondutores, por exemplo, poucos reúnem as três propriedades em níveis adequados. Uma possibilidade seria o uso de organismos vivos, já que muitos possuem as características desejadas.

Nobuo Misawa e a equipe da Universidade de Tóquio decidiram testar a abordagem usando óvulos da rã-de-unhas-africana (xenopus laevis). A sacada dos pesquisadores foi cooptar receptores celulares e detectar moléculas de interesse. Células produzem proteínas que ficam na membrana.

Algumas dessas proteínas agem como uma fechadura (receptor), que é aberta quando uma determinada molécula se conecta a ela. Ao ser ativado, o receptor permite a entrada de átomos carregados (íons positivos) na célula, alterando sua carga elétrica. Essas alterações são registradas por eletrodos implantados nos óvulos. O registro elétrico é amplificado e enviado a um computador, que transforma o sinal analógico da corrente celular em sinal digital. A informação binária pode então ser usada para controlar qualquer aparato eletrônico.