Instituto treina agentes voluntários para combater crimes ambientais

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Por Ivanildo Santos 25 de setembro de 2009

Um novo grupo de 30 agentes ambientais voluntários (AAV’s) está em formação para atuar na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), no Amazônas, reconhecida globalmente pela importância de sua biodiversidade e gerida com a participação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM/MCT).

Apesar de ser protegida legalmente, a Reserva Mamirauá tem, continuamente, problemas com crimes ambientais, entre eles pesca ilegal. A atuação de AAV’s atende a demanda das comunidades da Reserva para fortalecer seus esforços de conservação. quelonios

Os novos agentes ambientais estão em capacitação em curso realizado até sexta-feira (25), em Tefé (AM), pelos institutos Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Dos agentes formados, dois devem atuar na Reserva Mamirauá e os outros 28 na vigilância da Floresta Nacional de Tefé e nos municípios de Tefé e Alvarães, áreas onde as atividades ilegais ocorrem em grande número.

Hoje (24), o subcoordenador de Fiscalização do Instituto Mamirauá, Paulo Roberto e Souza, dá aula sobre conceitos gerais de Ecologia e a atuação dos AAV’s nas Reservas Mamirauá e Amanã. Essa última também é cogerida pela organização em parceria com o governo do Amazonas.

Os agentes ambientais podem reter produtos extraídos ilegalmente das Reservas, bem como os equipamentos utilizados para essa operação. Os produtos são doados às comunidades e os equipamentos encaminhados ao Ibama. A retenção ocorre nas ações de fiscalização realizadas pelo IDSM, das quais os AAV’s também participam.

De acordo com Souza, na última missão, promovida de 4 a 14 deste mês, foi bloqueada a invasão na área da Reserva Mamirauá por pescadores com os quais foram apreendidos 745 kg de pirarucu (peixe cuja pesca é proibida, salvo se realizada em áreas de manejo ou cativeiro), 42 quelônios (como tartarugas, iaçás e tracajás), 432 ovos de quelônios e cinco ovos de jacaré, entre outros produtos.

As multas aplicadas por invasão de unidade de conservação para pesca somaram R$ 6 mil. A missão foi realizada nas Reservas Mamirauá e Amanã e áreas do entorno, em parceria com o Ibama, AAV’s e 3º Batalhão de Polícia Militar de Tefé.

“O trabalho dos AAV’s envolve também o lado educativo, principalmente com relação aos pescadores flagrados em infrações. Eles orientam as pessoas para que trabalhem de forma correta e organizada, respeitando a legislação que rege o uso do recurso pesqueiro, garantindo o seu direito de exercer a atividade e a sua sobrevivência, bem como o abastecimento dos mercados das cidades”, explica Souza.

Ele diz que “desde que se iniciaram os trabalhos para a implantação da Reserva Mamirauá, e posteriormente Amanã, percebeu-se a necessidade e a importância da fiscalização que, junto com as atividades de pesquisa e extensão social do Instituto Mamirauá, contribuem para que os objetivos das unidades de conservação sejam alcançados.

Souza ressalta também que “ao longo dos anos de trabalho nas duas reservas, a fiscalização e feita principalmente com a parceria do Ibama-Tefé, ainda que as áreas sejam estaduais e, assim, a responsabilidade da fiscalização caiba ao Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam)”.