Inventário da Festa do Divino Espírito Santo busca registro de bem imaterial junto ao Iphan

Inventário da Festa do Divino Espírito Santo busca registro de bem imaterial junto ao Iphan
maio 28 19:01 2014

festadodivinocorte - CópiaA Festa do Divino Espírito Santo de Alcântara, que este ano acontece de 28 de maio a 09 de junho, poderá se tornar patrimônio imaterial da humanidade.

Realizada há mais de 150 anos, a festa é tema de pesquisa do antropólogo e professor da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Benedito Souza Filho.

O trabalho, chamado “Círculos do Divino”, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, mobilizou o recurso da antropologia visual para produção de materiais fotográficos e audiovisuais sobre celebração.

O objetivo é produzir um inventário da manifestação cultural na tentativa de conseguir o título de “Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade” junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Foram obtidas mais de duas mil fotografias e cerca de 300 clips em vídeo. Esse material permitirá a edição videográfica e elaboração de cadernos de fotografias.festadodivino

“A produção desses materiais auxiliará na preparação de um dossiê a ser apresentado pela ACRA (Associação Cultural Religiosa de Alcântara) ao IPHAN, como justificativa da importância dessa referência cultural e auxiliar no processo de solicitação de registro da Festa” conta Benedito Souza Filho.

Souza diz ainda que a sua preocupação no projeto é pensar cada elemento da festa como parte de um conjunto “que não pode ser visto separadamente, mas de forma articulada”.

“É uma festa que oferece uma complexidade de saberes”, explicou.

TRADIÇÃO

Na cidade histórica de Alcântara, a festa do Divino Espírito Santo apresenta características específicas.

Em meio às ruínas e sobrados do século XIX, revezam-se, a cada ano, Imperador e Imperatriz, num festejo que encanta turistas e moradores da cidade.

É no Domingo de Pentecostes, após a procissão que encerra o ritual da festa do ano em curso, que se dá a emocionante leitura do Pelouro, documento onde constam os nomes dos novos festeiros.

HISTÓRIA

A Festa do Divino remonta desde à Idade Média, quando a rainha Izabel, de Portugal, ofereceu a Coroa de seu reinado ao Divino espírito santo, em pagamento de uma promessa.

Desde então, tornou-se uma das maiores tradições populares de Portugal e de suas colônias.