Irlanda tem duas espécies de caramujos extintas
De acordo com nova pesquisa do Centro de Dados de Biodiversidade Nacional (NBDC, na sigla em inglês), organização fundada há três anos para estudar a biodiversidade da Irlanda, a má qualidade da água e a perda de hábitat estão levando à extinção os caramujos terrestres e de água doce do país, bem como espécies relacionadas.
O estudo de moluscos não-marinhos irlandeses descobriu que, de 150 espécies, um terço está ameaçado de extinção. Duas já estão regionalmente extintas, 5 em perigo crítico, 14 em perigo, 26 vulneráveis e 6 quase ameaçadas. (Essas classificações são da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, à qual contribuíram os dados deste relatório.)
Das 150 espécies na Irlanda, 15 são invasivas, incluindo o mexilhão-zebra (Dreissena polymorpha), que está se sobrepondo aos nativos mexilhão-cisne e mexilhão-pato (Anodonta cygnea e A. anatina).
As espécies extintas incluem o caramujo lapidar (Helicigona lapicida), observado pela última vez na Irlanda em 1968, e o caramujo de lama de lagoa (Omphiscola glabra), que a NBDC diz terem sido “perdidos pela destruição do hábitat” em 1979.
Os moluscos da Irlanda são de “importância internacional”, de acordo com a NBDC, ao ressaltar que várias espécies existem em porcentagens maiores no país do que em qualquer outro lugar do mundo. Por exemplo: pelo menos um quinto das populações globais, tanto do Ashfordia granulata quanto do Leiotyla anglica vive na Irlanda.
As ameaças aos caramujos e outros moluscos incluem poluição, drenagem agrícola de pantanais, outras perdas de hábitat, mudança climática e espécies invasivas.
Apesar de o relatório não examinar o impacto que a diminuição das populações de molusco possa ter na ecologia da Irlanda, caramujos e outras espécies desempenham papéis importantes no meio ambiente: Eles são a fonte de alimento primária de muitos animais e peixes, e ajudam a filtrar a água para manter rios e lagos limpos. Apesar de sua importância, os moluscos são raramente estudados e representam a taxonomia de “mais afetados pela extinção”, de acordo com um artigo publicado no ano passado na Conservation Biology.