Levantamento de diversidade biológica busca preservação da reserva do Gurupi

Levantamento de diversidade biológica busca preservação da reserva do Gurupi
maio 29 14:04 2014

FRANCISCA HELENA MUNIZ - fotoA Reserva Biológica do Gurupi, no Maranhão, é a única unidade de preservação permanente de âmbito federal no estado. Com 300 mil hectares de área, é objeto de inúmeros estudos, dentre os quais o coordenado pela professora doutora Francisca Helena Muniz.

A pesquisa objetiva realizar o levantamento da diversidade e da estrutura da vegetação da Amazônia maranhense na região do Gurupi, com vistas à conservação.

O estudo recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, por meio do Edital Universal.

Francisca Muniz coordena o Núcleo Regional/PPBio Amazônia Oriental, que tem como finalidade a preservação da biodiversidade dessa, que é uma das áreas mais expressivas em termos de riqueza de espécies e casos de endemismos (espécies que só existem nesse local).

Dentro deste grupo são desenvolvidas diversas pesquisas que dividem-se no estudo de peixes, aves, mamíferos, vegetação, briófitas e pteridófitas, solo, anfíbios e répteis, geoprocessamento e invertebrados.

Esses trabalhos pretendem traçar um perfil que possa sustentar as futuras políticas de preservação, representando o primeiro conjunto de dados científicos sobre a Reserva.37 big

A pesquisa coordenada pela prof.dra. Francisca Muniz realizou o levantamento da diversidade e da estrutura da vegetação da Reserva do Gurupi, a fim de estabelecer sítios de coleta integrada que possam agregar outros estudos.

Segundo o trabalho, a Amazônia maranhense apresenta uma rica formação vegetal constituída de árvores de grande porte como maçarandubas, jatobás, ipês, andirobas e angelins, que podem atingir até 50 metros de altura.

Além disso, foi demonstrada alta incidência de famílias como as das leguminosas (copaíba, pau-roxo, jatobá-de-fava), sapotáceas (maçaranduba, goiabão), que são bastante diversificadas na Amazônia, e anonáceas, como a “envira preta” e a “mutamba preta”, além de diversas outras famílias de menor incidência.

A prof.dra. Francisca Muniz explicou a que a importância do levantamento das espécies do Gurupi está no conhecimento da área para um posterior planejamento de preservação.

“Essas pesquisas estão gerando muito conhecimento, informações que até hoje não existiam sobre essa área e que trarão novas espécies e citações para o Maranhão, que serão utilizadas para revisão do plano de manejo da Rebio do Gurupi”, informou.

Segundo Francisca Muniz, na Reserva do Gurupi existe grande pressão de fazendeiros e madeireiros, que inclusive moram no local, o que dificulta a conservação da área.

“Nosso objetivo é conhecer a biodiversidade antes que ela se perca pela força do homem, que torna a Reserva vulnerável e sujeita à extinção em massa de plantas e animais”, explicou a coordenadora.