Língua Eletrônica vai auxiliar na detecção de alterações no leite consumido no Maranhão

Língua Eletrônica vai auxiliar na detecção de alterações no leite consumido no Maranhão
janeiro 23 16:50 2015

0 leite cadeia produtivaO leite está presente na nossa alimentação desde o nascimento, e seja ele consumido puro ou como ingrediente para inúmeras receitas do dia-a-dia, ele é uma fonte de nutrientes indispensável para qualquer dieta. Entretanto, nem sempre a qualidade do leite ingerido está dentro dos padrões sanitários e químicos.

Motivado pelo desejo de ajudar a população de Imperatriz em relação a esse tema, o Prof. Dr. Daniel Duarte Costa, da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, está desenvolvendo uma nova ferramenta para testar a qualidade do leite consumido pelos maranhenses, uma Língua Eletrônica.

“As cidades vizinhas Açailândia e Imperatriz são responsáveis por aproximadamente 72% do leite produzido no Maranhão, logo ao decidir por uma linha de pesquisa mais concreta no curso de Engenharia de Alimentos decidimos explorar algo que é consumido em abundância, podendo ajudar a população de nosso estado”, conta o Prof. Costa.

Em 2014 uma ostensiva operação do Ministério da Saúde e da Polícia Federal mostrou índices alarmantes de contaminação do leite vendido em todo o país. Assim, o Prof. Daniel percebeu que estava mais do que na hora de começar com as pesquisas que ajudassem a revelar um pouco mais sobre as condições do leite que consumimos.

“De imediato entrei em contato com uma professora Engenheira de Alimentos (Drª Ana Lúcia Fernandes Pereira) e uma professora Química (Drª Elizabeth Nunes Fernandes), ambas fizeram grandes contribuições ao projeto”, comenta.

A língua eletrônica, quando concluída, provará amostras de leite para determinar se o produto está apto ou não ao consumo. Em caso de negativo, ela ainda identificará quais alterações foram feitas.

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“Esperamos poder determinar pelo menos três tipos de adulterantes muito comuns no leite: hidróxido de sódio (soda cáustica), peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e ureia. Estas adulterações têm como objetivo estabilizar o leite, principalmente após a diluição em água, evitando que estrague. Essas substâncias, além de tornarem o produto nocivo à saúde, também influenciam na redução do seu valor nutricional”, explica do pesquisador.

O trabalho é apoiado pela FAPEMA, por meio do Edital Universal de 2014. A equipe técnica coordenada pelo Prof. Dr. Daniel Costa (membro da Rede Nordeste de Bioteclogia) é composta ainda pela Profª. Drª. Ana Lúcia Fernandes, especialista em Análise Sensorial; pelo Prof. Dr. Allan Kardec Barros Filho, especialista em Estatística e reconhecimento de padrões; pela Profª. Drª. Elizabeth Fernandes, especialista em Análise de Fluxo e Eletroanalítica, e pela Profª. Drª. Adalea Marques, especializada em Eletrocatálise.

Além dos professores citados a equipe é composta ainda pelas alunas de Iniciação Científica Vanessa Ellen Silva, que auxilia na Análise Sensorial e Programação, e Thabata de Sousa, ligada à Análise Sensorial e Química Analítica

Daniel ressalta que o projeto é de suma importância para a consolidação das pesquisas do Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia da UFMA, campus Imperatriz.

“O grupo de pesquisa Estudos Químicos, no qual nossa pesquisa está inserida, tem contribuindo para o aumento da produção científica na região, com artigos publicados e a fixação de docentes em Imperatriz”.

O objetivo é que o equipamento auxilie tanto produtores de leite e laticínios quanto os consumidores, por meio de análises físico-químicas em laboratório. “O sistema será automatizado utilizando inteligência artificial (redes neurais artificiais), o que vai permitir a qualquer usuário, com conhecimento básico em computação, operar a Língua Eletrônica”.