Máquina de beneficiamento de babaçu é apresentada na SNCT

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Por Ivanildo Santos 18 de outubro de 2011

maquinaUma máquina que descaroça o babaçu, retirando, separadamente, o epicarpo, mesocarpo e amêndoa, possibilitando um aproveitamento integral do coco, sem destruir a floresta, está sendo apresentada na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que acontece até sábado, 22, no estacionamento do São Luís Shopping.   Após a exposição o invento, que é chamado de Projeto Curupira, será levada para o município de Cantanhede, para uma experiência piloto em uma associação de catadores de côco, indicada pela Secretaria de Desenvolvimento Social por ser um município com grande vocação para a agricultura familiar.

 A palmeira de babaçu ocupa 200 mil km2 nos estados do Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí. A atividade de extração da amêndoa ocupa 300 mil famílias. As mulheres estão majoritariamente à frente deste trabalho árduo, rústico e estafante. O corte do coco do babaçu é feito de maneira rudimentar: de cócoras, as mulheres batem o coco num machado, com o corte virado para cima. “A proposta da máquina é também por fim a esse trabalho ardo da quebradeira de coco. O invento garante maior valor agregado ao produto e conseqüentemente mais renda para as famílias”, o idealizado do invento Aurizan Azevedo.

O epicarpo ou a palha do babaçu, é usado na indústria automobilística como fibra para estofamento de bancos. O Mesocarpo ou polpa, é usado na indústria alimentícia, para merenda escolar e é uma das bases de produtos para emagrecimento como o shake da multinacional Herbalife. A amêndoa ou castanha, que contém 65% de óleo, transforma-se em óleo comestível, base para fabricação de glicerina, sabão, cosméticos; sendo que a torta resultante do esmagamento é utilizada na ração animal. O côco, composto de 80% de carbono é tido como um dos melhores carvões vegetais do planeta.

A mini-usina de processamento, que é tocado por um motor Chevrolet 4/100, conta com uma unidade de biodiesel, esteira para lavagem e esterilização do babaçu, camara de corte do côco, unidade de descaroçamento da palha e separação das amêndoas e a unidade de esmagamento para retirada do óleo e torta do farelo da amêndoa.

Como foi pensada para ser utilizada no campo, a máquina não utiliza eletricidade, gasolina ou óleo diesel. Seu combustível é o próprio côco do babaçu, num processo que foi inventado à época da Segunda Guerra Mundial, no Governo Vargas: o motor a explosão movido a gasogênio.

Para se ter uma idéia do que representa o processo de beneficamento, alguns números são importantes. A castanha ou amêndoa é vendida entre R$ 0,80 a R$0,90. Uma quebradeira, com exímia perícia, consegue processar 10 kg/dia, ou seja R$ 9,00/dia, R$ 270/mês (considerando o trabalho de 30 dias). O equipamento desenvolvido por Aurisan/Sicco, garante o processamento de 6.000 kg/dia, ou seja R$ 5.400,00 ou R$ 162.000,00/mês. Este modelo, explica, é aplicado para uma cooperativa de 40 quebradeiras. “Assim, trabalhando juntas as quebradeiras podem sair de uma renda mensal de R$ 270,00/mês para algo em torno de R$ 3.400/mês”, sustenta.