Mel pode destruir bactéria resistente a antibióticos

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Por Ivanildo Santos 10 de setembro de 2014

Declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em abril deste ano, como principal ameaça para a saúde pública, a resistência aos antibióticos é um problema cada vez mais grave no mundo ocidental.

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Durante séculos, as pessoas têm usado o mel cru para ajudar a combater infecções, mas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, identificou um grupo único de 13 bactérias ácido-lácticas (BAL) que vêm do estômago de mel (ou “bolsa de mel”) de abelhas – e são encontradas no mel fresco – que têm capacidade de combater patógenos.

A “bolsa de mel” é um dos dois estômagos encontrados em abelhas e ela armazena néctar, que as abelhas operárias mais tarde sugam e armazenam na colmeia. Em conjunto, essas bactérias vivas produzem uma série de compostos microbianos ativos, tais como peróxido de hidrogênio, ácidos graxos e anestésicos, que podem matar outras bactérias nocivas – acredita-se que esta é a fórmula que protege a colônia de abelhas contra o colapso.

Infelizmente, estas BAL são processadas fora do mel que compramos em lojas, mas os pesquisadores agora acreditam que poderia ser usado para ajudar a tratar a resistência anitibiótica.

A equipe testou as bactérias no laboratório de abelhas contra estirpes de agentes patogênicos que causam infecções graves em seres humanos, incluindo a meticilina, Staphylococcus aureus (MRSA), que podem levar a infecções por estafilococos fatais. A BAL foi adicionada a estes supermicróbios e, de forma impressionante, ela neutralizou todos eles. Os resultados fpram publicados no “International Wound Journal”.

Os cientistas também misturaram a BAL com mel e aplicaram diretamente nos cavalos que tinham feridas que não cicatrizavam e que tinham sido resistentes a outros tratamentos. Depois de usar a substância da bactéria do mel/da abelha, todos os ferimentos foram curados.

Até o momento, as bactérias de abelhas só foram testadas contra patógenos humanos em laboratório, por isso ainda não se sabe se elas vão ser tão eficazes em feridas humanas, mas estes resultados são extremamente promissores, segundo os cientistas.

A equipe explicou em um comunicado de imprensa que eles acreditam que as BAL são tão poderosss, porque elas produzem uma ampla gama de substâncias, que mudam em resposta a patógenos que eles são contra.

– Os antibióticos são em sua maioria uma substância ativa, eficaz contra apenas um estreito espectro de bactérias – disse Tobias Olofsson, o principal autor do estudo, em comunicado de imprensa.

Olofsson explicou, ainda, que quando usado vivo, essas 13 bactérias ácido-lácticas produzem o tipo certo de compostos antimicrobianos, conforme necessário, dependendo da ameaça.

– Parece ter funcionado bem durante milhões de anos de proteção da saúde e do mel das abelhas contra outros microrganismos nocivos. No entanto, por que o mel comprado em loja não contém as bactérias lácticas vivas, muitas de suas propriedades originais foram perdidas nos últimos tempos – acrescentou.

Os pesquisadores vão agora avançar para ensaios clínicos em seres humanos para ver se o laboratório pode ajudar a tratar infecções resistentes aos antibióticos. Enquanto isso, podemos começar a estocar mel fresco e não processado.