Mesocarpo do babaçu pode ser utilizado na produção de etanol

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Por Ivanildo Santos 30 de março de 2015

babaçu 1O Mesocarpo do babaçu está sendo estudado como nova fonte de matéria-prima para a produção de etanol. A pesquisa “Otimização da obtenção e estudo dos processos de oxidação de etanol de mesocarpo de coco babaçu”, da professora doutora, Isaide de Araújo, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), espera colocar em uso um combustível menos poluente, proporcionando assim um meio ambiente menos poluído.

A pesquisa, que tem o apoio da FAPEMA por meio do edital Universal/2014, visa aproveitar o potencial extrativista que o Brasil possui a partir do estudo mais detalhado e criterioso utilizando procedimentos experimentais e ferramentas estatísticas para se conseguir um melhor rendimento na obtenção do etanol a partir do mesocarpo do babaçu.

“Com isso esperamos reduzir os custos de produção e atrair o interesse de indústrias. A pesquisa visa enaltecer o desenvolvimento sustentável gerando qualidade de vida e preservação ambiental para as presentes e futuras gerações, uma vez que busca através do extrativismo consciente obter a matéria prima para a produção do etanol, um combustível menos poluente que os derivados de petróleo, além de poder beneficiar muitas comunidades que dependem da comercialização dos produtos extraídos da floresta de forma sustentável”, destaca Isaide Rodrigues.

Cientificamente, com o desenvolvimento do projeto pretende-se dominar o processo de obtenção de alcoóis a partir do mesocarpo de babaçu, mapeando por estatística multivariada, as principais variáveis que influenciam o processo, visando à otimização da produção de álcool a partir dessa matéria-prima abundante nas regiões Norte, Nordeste e parte do Centro Oeste.

“Tecnologicamente, esperamos obter processo de obtenção de álcool de baixo custo com propriedades semelhante àquelas apresentadas pelos produtos fornecidos por empresas de renome internacional”, destaca a professora.

A busca por novas fontes de matéria-prima para a produção de etanol, principalmente as disponíveis em abundância e de baixo custo, foi o que motivou Isaide Rodrigues a desenvolver a pesquisa. O babaçu (Orbignya martiana) faz parte da família das palmeiras (Palmae) e é composto de epicarpo, mesocarpo, endocarpo e amêndoas; o mesocarpo representa 20% do fruto inteiro e é composto de até 60% de amido, que poderia ser utilizado na produção de etanol.

De acordo com o projeto já foram cumpridas as etapas de fracionamento e caracterização do mesocarpo de babaçu e também a determinação dos produtos formados após o processo de fermentação.

Encontra-se em andamento, segundo informou a pesquisadora, a otimização do processo de hidrólise do amido de babaçu pelas enzimas alfa amilase e amiloglucosidase utilizando a metodologia de superfície de resposta, além da avaliação cinética da fermentação e produção do etanol a partir dos açucares redutores obtidos das condições ótimas da hidrólise do amido de babaçu. O resultado da pesquisa deverá ser apresentado no próximo ano.