Ministro empossa presidentes do CNPq e Finep e destaca a inovação como palavra de ordem

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Por Ivanildo Santos 28 de janeiro de 2011

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, deu posse nesta quinta-feira (27) ao novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o engenheiro eletrônico Glaucius Oliva, que substitui o físico Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho. Já na manhã desta sexta-feira (28), o ministro empossou como presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT) o sociólogo Glauco Arbix.214965

Em seu discurso, Mercadante destacou como palavras de ordem a inovação e difusão da ciência. “No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a inovação é o coração da economia. Para termos liderança será necessário investir em cadeias de inovação, como gás e petróleo, saúde e farmacologia e a nanotecnologia”, enfatizou o ministro. Ele também ressaltou a importância de ser criado um laboratório nacional de nanotecnologia.

Segundo o ministro, são desafios para os próximos anos inovar na biodiversidade, investir em prevenção de acidentes naturais e criar uma economia criativa e verde. Ele comentou ainda sobre a necessidade de aumentar o número de patentes relativas à biodiversidade, que hoje são predominantemente do exterior, além de valorizar a pesquisa pura e motivar a articulação entre empresa e academia.

Inovação também foi a tônica do discurso do presidente da Finep, Glauco Arbix. Para ele, “o Brasil precisa de um choque de inovação com difusão das ações e transferência de tecnologias para a sociedade”. Um dos desafios da nova chefia será uma possível transição da Finep, que hoje é uma agência de fomento, para uma instituição financeira. Mercadante já declarou publicamente a vontade de transformar a Finep em uma instituição nos moldes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltada para a área científica e tecnológica. Dados do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI) mostram que desde 2007 a Finep apoia 273 projetos de empresas no valor de R$ 4,2 bilhões de recursos não reembolsáveis. 

O presidente do CNPq apontou também o importante papel das Fundações de Amparo à Pesquisa para o órgão. Em 2010, o orçamento executado pelo CNPq foi de R$ 1,85 bilhão. Nesse mesmo ano, ele atendeu 80 mil bolsistas e avaliou 74 mil solicitações de pesquisa, submetidas aos 70 editais lançados. Além disso, criou 14 mil bolsas de iniciação científica, mil bolsas de produtividade em pesquisa e quatro mil de mestrado e doutorado. Boa parte dessas ações é executada regionalmente em parceria com as Fundações.

A escolha dos presidentes do CNPq e da Finep obedece a critérios técnicos. O ministro Aloízio Mercadante destacou durante as posses as qualidades técnicas e intelectuais dos dois novos presidentes. Arbix tem longa experiência na área científica. O sociólogo coordena o Observatório da Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). Ele também presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nos três primeiros anos do governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Glaucius Oliva já fazia parte da Diretoria Executiva do CNPq e vinha atuando como diretor de Engenharias, Ciências Exatas e Humanas e Sociais (DEHS), desde fevereiro de 2010. Hoje, é coordenador do Cepid do Centro de Biotecnologia Molecular Estrutural (CBME) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e também do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Biotecnologia Estrutural e Química Medicinal em Doenças Infecciosas do MCT, Ministério da Saúde e Fapesp (INBEQMeDI).