Ministro Raupp anuncia capitalização de R$ 1 bi na Alcântara Cyclone Space
Durante palestra proferida nesta segunda-feira, 22, na 65 Reunião Anual da SBPC, em Recife, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, anunciou uma nova política espacial brasileira com investimentos vultuosos que chegariam a R$ 1 bilhão de reais na Alcântara Cyclone Space, empresa pública de capital binacional criada pelos governos brasileiro e ucraniano para explorar lançamentos de foguetes do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). O ministro também adiantou que o desenvolvimento turístico da região está sendo estudado em parceria com o Ministério do Turismo e sinalizou a possibilidade de voos diretos para Alcântara, partindo de São Luís, como forma de estimular o polo turístico da cidade.
Para Raupp, os entraves econômicos e sociais para a base de lançamento de Alcântara foram sanados. “Metade dos investimentos são do governo brasileiro, metade do governo ucraniano. Conseguimos aprovar nossa parte no Ministério da Fazenda, para a construção e utilização comercial do CLA. Estamos desenvolvendo também um novo projeto de satélite de comunicação, que vai também ser uma plataforma do plano nacional de banda larga. Essa é uma rara oportunidade de associar plano estratégico com programa social”, afirmou. “A questão com as comunidades quilombolas da região também já foram equacionadas graças a um trabalho contínuo de diálogo e sensibilização que tem sido feito”, completou o ministro.
Ainda no tocante a uma política espacial mais agressiva no país, o ministro destacou a criação do programa “Ciência sem Fronteiras Aeoroespacial”, voltado para a qualificação de profissionais na área.
Investimentos na ciência brasileira – Durante sua exposição, o ministro destacou o crescimento em investimentos no MCTI, demonstrando com gráficos a evolução no número de bolsas da CAPES e CNPq, o aumento de publicações de artigos brasileiros e o índice de crescimento da produção científica brasileira. Raupp disse que o grande desafio para a ciência no país é gerar conhecimento e levá-lo para a sociedade, de modo a transformá-lo em desenvolvimento sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental.
Ele também enfatizou a importâcia de se aumentar a produtividade em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no setor empresarial. “Temos que aumentar os investimentos em pesquisas do meio empresarial. Não é só a academia, por meio das universidades, ou o governo, por seus institutos, que desenvolve inovação. As empresas também desenvolvem. Os exemplos dos países mais desenvolvidos do mundo nos colocam assim: a empresa têm que fazer pesquisa”, disse Raupp.
Com orçamento de 12,7 bilhões para investimentos neste ano, o ministro considera positivo o atual cenário no setor. Este ano, os recursos da pasta superam em mais de R$ 4 bilhões os do ano anterior. “Estamos vivendo um ambiente favorável ao crescimento e à expansão das atividades de ciência e tecnologia no Brasil”, afirmou. Contudo, lembrou que apesar de todos os investimentos, o ministro disse que é fundamental o investimento em recursos humanos. “Precisamos sempre pensar em recursos humanos, não adianta se não tivermos cientistas. Para estabelecer ciência, tecnologia e inovação como paradigma de desenvolvimento, é preciso aumentar e qualificar a nossa rede. Nós queremos a melhor ciência comparada internacionalmente”.
A SBPC segue na Universidade Federal de Pernambuco até o dia 26 de julho. No evento, o Maranhão é representado com um stand da FAPEMA, localizado no pavilhão da EXPOT&C.