Níveis de imunização contra difteria são analisados em São Luís

Níveis de imunização contra difteria são analisados em São Luís
outubro 29 13:54 2014

img qual e o tratamento da difteria 6521 origUma criança com saúde pode ser sinônimo de animação. E para manter a alegria dentro e fora de casa, os pais ou responsáveis devem ficar atentos as vacinas que podem garantir a imunização dos filhos, e assim, evitar futuras complicações.

Por exemplo, a vacina pentavalente DTP/Hib/HB, que protege contra a difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus influenzae B e a hepatite B. A difteria é uma doença infectocontagiosa, causada por uma bactéria que se instala nas amídalas, orofaringe, nariz e, em alguns casos, na pele.

Com intenção de saber como está a ocorrência vacinal das crianças atendidas em unidades de saúde de São Luís, os mestrandos em biologia parasitária Marcio Anderson Sousa Nunes, Lisiane Lobato Gomes Borges e a orientadora Priscila Soares Sabbadini, da Universidade Ceuma fizeram uma avaliação dos níveis de antitoxinas contra difteria para que seja possível traçar o perfil epidemiológico do público infantil da capital maranhense.

Esse projeto foi financiado pelo Edital PAEDT No 16/2012, da FAPEMA, e também pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro através do CNPq.

Para a análise foram utilizados mais de 300 amostras sanguíneas colhidas na unidade de saúde do Bairro de Fátima, em São Luís. As amostras permitiram o acesso aos níveis de antitoxinas diftéricas de crianças que deveriam estar imunizadas. No entanto, não se tinha informações sobre a situação vacinal das crianças.

De acordo com Marcio Nunes, que é biomédico, com as análises das amostras, consegue-se obter o parâmetro quanto aos níveis de imunização, classificando-os em ausência de imunização, imunização intermediária e imunização satisfatória.

A ausência de imunização indica que a criança deve receber o esquema completo de vacinação imediatamente; a intermediária representa a necessidade do reforço imediato; a satisfatória indica necessidade de reforço vacinal após 10 anos.

“Percebemos que quando foram analisadas crianças entre 3 e 7 anos de idade, o maior número das amostras foi identificado como imunização intermediária, ou seja, possivelmente não foi realizado o esquema completo de vacinação. Encontramos menos de 20% dessas crianças com a adequada e, consequentemente, necessitando de reforço vacinal a cada dez anos”, afirmou o biomédico.

Quando se analisou as médias de concentração das antitoxinas, o estudo revelou que o grupo de crianças entre 3 e 7 anos e entre 10 e 12 anos de idade apresentou imunização intermediária, no entanto, dos 10 aos 12 anos de idade o nível de imunização sofreu um declínio.

vacina

A orientadora Priscila Sabbadini destacou que a difteria no país, apesar do Programa de Imunização instituído pelo Ministério da Saúde, assume proporções endêmicas, com surtos epidêmicos esporádicos.

Em 2010, o Ministério da Saúde emitiu um informe sobre a situação da difteria no Brasil. O documento apontou mudanças no perfil clínico-epidemiológico da doença, tais como ausência de pseudomembrana e desvio de faixa etária.

Os sintomas típicos da difteria são febre baixa, palidez, falta de apetite, cansaço, formação de placas pseudomembranosas no trato respiratório superior e dor discreta de garganta, mas há também casos assintomáticos, ou seja, pode ter contaminação e não apresentar os sintomas.

“É preciso questionar se esses pais estão levando seus filhos para o reforço vacinal, se ele está sendo administrado dentro dos períodos necessários. Precisamos trabalhar na sensibilização dos pais ou responsáveis. É cuidado que passa não somente do vestir e educar da criança, mas também na imunização para o bem estar desse indivíduo e de sua comunidade”, observou o mestrando Marcio Nunes.

Além do tétano e da coqueluche, a difteria faz parte do calendário oficial de vacinação, que deve ser administrada aos 2, 4 e 6 meses de vida e depois uma dose de reforço aos 15 meses e outra entre os quatro e os seis anos da criança. E como não é uma imunização definitiva, ela deve ser repetida a cada dez anos.