Nova tecnologia torna diagnóstico de leucemia mais preciso
A leucemia é uma doença que afeta as células sanguíneas. Por isso, a dificuldade no tratamento se dá pelos diversos tipos de células no sangue, possibilitando muitas variantes da doença, dependendo da célula afetada. Assim, cada leucemia apresenta características biológicas distintas, o que implica necessariamente em diferentes opções terapêuticas.
Para buscar o diagnóstico de leucemias agudas em crianças maranhenses e diminuir o índice de mortalidade infantil, o Prof. Dr. Raimundo Antônio Gomes Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno Infantil e em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, desenvolve, desde 2008, a pesquisa “Estudo Imunofenotípico por Citometria de Fluxo das Leucemias Agudas na Infância no Estado do Maranhão”.
O estudo possibilitou o diagnóstico, inédito no estado, de 60 novos casos de leucemias agudas até então. A partir daí, a nova forma de detectar a doença vem contribuindo de modo decisivo no diagnóstico diferencial dessa patologia, reduzindo a menos de 1% a chance de erro. “Antes, o diagnóstico era feito por meio da microscopia, técnica que apresentava uma margem de erro de até 25%”, explica o doutor Oliveira.
A pesquisa, que conta desde o começo com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, trouxe uma série de benefícios aos portadores de leucemia. Com a realização do diagnóstico por Citometria de Fluxo, é possível ter subsídios para a aplicação de um tratamento diferenciado, traçando o perfil imunológico da doença e reduzindo, assim, a mortalidade dos leucêmicos. “Nosso objetivo é mudar as taxas de cura em crianças portadoras de leucemia aguda em nosso estado, utilizando os resultados encontrados para mudanças de rotinas e procedimentos em Hematologia Pediátrica, no sentido de trazer melhorias ao atendimento do doente leucêmico e diminuição das taxas de mortalidade e de custos”, detalha.
Segundo Oliveira, a pesquisa também contribui com a melhoria da qualificação técnica na comunidade acadêmica do Maranhão e com a publicação dos resultados em periódicos de alto impacto. “No entanto, mais que o cunho científico, a pesquisa traz de importante o cunho assistencial, já que disponibiliza um diagnóstico muito mais eficiente de forma gratuita”, afirma o pesquisador.
A utilização do novo recurso tecnológico para o diagnóstico, além de diferenciar o tipo de câncer, identifica a fase exata da doença. Isso, na prática, significa a implantação da classificação preconizada da Organização Mundial de Saúde de 2001 em nosso estado. “Esse tipo de exame é feito com exclusividade no Hospital Universitário Presidente Dutra, em São Luís, e atende a portadores de leucemia de vários municípios do nosso estado. O Maranhão, sem dúvidas, já é uma referência nesse assunto”, conclui.