O desafio da qualidade de vida nas grandes cidades é tema de pesquisa apoiada pela FAPEMA
Qualidade de vida é assunto que virou moda nas conversas entre rodas de amigos, no trabalho ou na família. Ter qualidade de vida é uma busca de todos. E para uma vida saudável algumas dicas são sugeridas como uma boa alimentação, a prática constante de esporte aliado à um dia-dia sem stress entre outras recomendações, mas há um outro fator de grande importância tanto quanto tais recomendações, que é a qualidade ambiental urbana. Essa é uma preocupação atual estudada por pesquisadores e debatida por autoridades políticas, que buscam alternativas para o desenvolvimento sustentável.
Fazer crescer sem destruir. Preservar e criar novos espaços verdes e com água potável nas cidades é o desafio que se procura vencer diante do crescimento desordenado, e o planejamento urbano surge como a solução para dificuldade. Em São Luis, a professora e doutora do Departamento de Geociências e coordenadora do mestrado em saúde e ambiente da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Zulimar Marita Ribeiro Rodrigues, está desenvolvendo a pesquisa “Qualidade ambiental urbana em São Luis”, que conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, através do Edital Universal.
O Edital Universal tem como objetivo o financiamento de projetos de pesquisa científica e tecnológica, nas diversas áreas do conhecimento, a serem desenvolvidos em instituições de pesquisa e/ou de ensino superior, públicas ou privadas, sem fins lucrativos, sediadas no estado do Maranhão.
A iniciativa da pesquisa surgiu com a tese de doutorado onde foram trabalhados os indicadores da qualidade ambiental da água e cobertura vegetal na cidade. E prosseguindo a tese veio a pesquisa, que tem como objetivo avaliar a qualidade da água e a redução da qualidade da cobertura vegetal em São Luis.
A pesquisa foi realizada tendo como ponto estratégico a Secretaria de Segurança Epidemiológica. Para a análise da água foram escolhidos estudos dos rios que abastecem a capital e para estudo da cobertura vegetal, as imagens de satélites. Essas imagens mostram toda a cobertura da cidade. O que se observa é que houve a redução das áreas verdes e esse indicativo é sentido diretamente na vida do cidadão. “A qualidade de vida de uma população está ligada diretamente à qualidade ambiental urbana. Quanto menos área verde, menos saúde, mais área verde, mais saúde”, explicou doutora Zulimar Rodrigues.
Segundo a pesquisadora, a redução da cobertura vegetal aumenta as vias de calor e isso se deu pelo aumento da pavimentação asfáltica, consequência da verticalização da cidade. Em relação à pesquisa da água foi possível indicar o baixo nível de potabilidade para consumo humano e esse dado é variável de acordo com bairros da capital. em algumas áreas mais e outras menos. “Os indicadores são importantes porque impactam na saúde das pessoas com doenças de veiculação hídricas, como por exemplo, diarréias, que acometem sobretudo crianças e idosos”, avaliou Zulimar.
A professora ressaltou o apoio da Fapema na pesquisa com os recursos financeiros na contração de estagiários do departamento de Geociências da UFMA. “A Fapema foi fundamental no financiamento das análises e estatísticas e ainda com pedidos de estagiários”, disse. Ela concluiu lembrando que a pesquisa consegue mostrar a relação saúde e ambiente.