Pesquisa analisa alcoolismo entre universitárias de Imperatriz
É cada vez maior o número de mulheres dependentes de álcool. Há dez anos, a proporção dos casos de alcoolismo era de dez homens para cada mulher. Hoje, chega a dez homens para um grupo de sete mulheres alcoolistas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de mulheres alcoolistas triplicou, em todo o mundo.
Em Imperatriz (MA), a professora da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Iane Rego, observou que aumentou bastante o número de acadêmicas que, quando terminam as aulas ou mesmo durante as aulas, ficam nos bares nas proximidades das instituições de ensino superior.
A pesquisadora realiza um estudo com o objetivo de identificar o padrão de consumo de álcool (quantidade e frequência) prevalente entre as estudantes universitárias das instituições públicas e privadas de ensino superior do município de Imperatriz, e promover orientação terapêutica àqueles apontados como de consumo de alto risco.
Trabalhando há oito anos em uma instituição de ensino superior privada de Imperatriz, a professora acompanhou mudanças de hábitos entre os acadêmicos. “Observamos que no término, ou mesmo antes do final das aulas as acadêmicas se dirigem a bares que existem aos arredores da instituição e ficam lá o dia inteiro e às vezes à noite”, destaca Iane Rego, doutora em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A pesquisa acontece em várias instituições públicas e privadas no município de Imperatriz, como UEMA, UFMA, UNISULMA, FAMA, FEST, CEUMA e FACIMP. O universo amostral é composto de 1000 universitárias, considerando um período de 12 meses de acompanhamento, onde foi aplicado um questionário proposto pela OMS para identificar padrões de consumo de álcool. O estudo teve início em agosto de 2014 e encontra-se finalizando a parte estatística, com triagem, onde será possível identificar, por instituição, as mulheres com consumo de alto risco.
Segundo a professora, alguns resultados preliminares apontam que as acadêmicas dos cursos da área de humanas estão consumindo mais bebidas alcoólicas e com maior frequência. “Após a análise dos dados, ocorrerão oficinas de orientação terapêutica de ordem familiar, sexual e de resiliência, nas próprias instituições, uma vez que todas se colocaram à disposição para contribuir com a execução deste projeto. A partir da realização das oficinas terapêuticas, pretende-se que estas mulheres, não só repensem a sua condição de saúde física e psicológica, como passem a atuar como difusoras do conhecimento adquirido”, explica Iane Rego.
As oficinas serão promovidas em grupos de mulheres, divididas por instituição, com número máximo de 15 pessoas, sendo conduzidas por dois facilitadores (enfermeiros e psicólogos), para melhor manejo terapêutico, uma vez por semana com 1h30 de duração. “Serão confeccionados panfletos informativos sobre causas e consequências do consumo exagerado de álcool, bem como fatores que disponibilizem mudanças de atitudes visando amenizar ou sanar os problemas advindos da ingestão excessiva de bebida alcoólica”, ressalta a professora.