Pesquisa avalia idosos com condição crônica acompanhados pela Estratégia Saúde da Família em São Luís
De acordo com projeções das Nações Unidas (Fundo de Populações), uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos ou mais, e estima-se um crescimento para um em cada cinco por volta de 2050. Em 2050 pela primeira vez haverá mais idosos que crianças menores de 15 anos.
Em 2012, 810 milhões de pessoas têm 60 anos ou mais, constituindo 11,5% da população global. Projeta-se que esse número alcance 1 bilhão em menos de dez anos e mais que duplique em 2050, alcançando 2 bilhões de pessoas ou 22% da população global. Já no Brasil, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa totaliza 23,5 milhões de pessoas.
Diante do aumento da população idosa brasileira e com o declínio progressivo das capacidades físicas devido ao envelhecimento, a enfermeira e professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Ana Hélia de Lima Sardinha, desenvolveu um estudo com o objetivo de avaliar os idosos com condições crônicas acompanhados pela Estratégia Saúde da Família em São Luís do Maranhão.
Segundo a professora, a pesquisa visa conhecer as condições de saúde dos idosos para propor por meio de estratégias de educação da saúde envelhecimento saudável e capacidade funcional para o idoso. “Os idosos se tornam suscetíveis a diversas consequências, como: redução da capacidade de concentração e coordenação que, por sua vez, podem provocar processos de autodesvalorização, diminuição da autoestima, apatia, desmotivação, solidão e isolamento social”, explica a pesquisadora.
Ana Sardinha afirma que muitas pessoas idosas são acometidas por Doenças e Agravos Crônicos Não Transmissíveis (DANT), em estados permanentes ou de longa permanência, que podem gerar um processo incapacitante, afetando a funcionalidade das pessoas idosas, ou seja, dificultando ou impedindo o desempenho de suas atividades cotidianas de forma independente.
A pesquisa vem sendo realizada desde 2013 foi realizada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de São Luís e encontra-se na etapa de análise dos dados. A intenção é contribuir para o conhecimento do impacto da doença crônica na qualidade de vida dos idosos, possibilitando a reflexão e análise das ações desenvolvidas no sentido de promover uma construção coletiva assistencial ao idoso.
Como instrumentos de pesquisa, usaram-se questionários socioeconômicos, demográficos, de hábitos de vida e familiar. Foram incluídos todos pacientes idosos com idade maior ou igual a 60 anos de ambos os sexos com alguma condição crônica. A coleta de dados foi no período de 2013 a dezembro de 2015. Os resultados mostraram maior frequência do sexo feminino, aposentados, casados/união estável, ensino fundamental incompleto e faixa etária mais prevalente de 60 a 64 anos.
“Viver com uma doença crônica gera diversos impactos na vida dos portadores, principalmente quando estes apresentam baixa renda. A situação é preocupante, uma vez que desvantagens no desenvolvimento social e precárias condições econômicas constituem, de um modo geral, maior risco de adoecer e morrer precocemente, por qualquer causa, em todas as idades. É necessário que os idosos sejam alertados pelos profissionais de saúde para uma atividade de vigilância, sendo orientados para o aparecimento das principais alterações ocasionadas por tais condições”, destaca Ana Sardinha.
Conforme o estudo, a intenção é contribuir para o conhecimento do impacto da doença crônica na qualidade de vida dos idosos, possibilitando a reflexão e análise das ações desenvolvidas no sentido de promover uma construção coletiva assistencial ao idoso.
“Esse estudo buscará aspectos sociais, já que procurará a melhor compreensão por parte dos profissionais e idosos quanto ao processo de cuidado. O processo de educação em saúde torna-se, portanto, essencial nessa etapa, onde o aprendizado é entendido como a melhor forma de intervir na capacidade dos idosos e família na prevenção e promoção de saúde”, ressalta.